O ex-presidente Michel Temer (MDB) afirmou nesta sexta-feira (10) que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), conversou por 15 minutos com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), por telefone. De acordo com Temer, o diálogo foi amigável e o chefe do Executivo teria destacado ao magistrado que as declarações anteriores ocorreram "no calor do momento".

A sinalziação da conversa está presente na nota publicada pelo Planalto para apaziguar os ânimos entre o Supremo e o governo. Temer confirmou ser o autor do conteúdo do texto assinado por Bolsonaro e disse que entrou no caso após receber uma ligação de Bolsonaro pedindo orientações para contornar a crise.

Após pedido de ajuda, Michel Temer diz que ligou para Moraes, que atendeu prontamente e aceitou falar com Bolsonaro. "Liguei ao ministro Alexandre de Moraes e disse que ele tinha divulgado um documento. Moraes disse que poderia passar o telefone ao presidente. O presidente falou com ele por 15 minutos e senti muito amigavelmente. A partir daí, eu disse parabéns, e que isso iria ajudar, e me despedi", disse Temer em entrevista à rádio Band News, na manhã desta sexta-feira (10).

Questionado sobre o teor da conversa, Temer disse ter sido "amigável" e o presidente teria destacado que discordava de algumas decisões do ministro. "Ele (Bolsonaro) falou sobre o documento e disse que não tinha absolutamente nada contra o ministro, de forma pessoal, mas que discorda de algumas medidas jurídicas. Ele disse que foi o calor do momento (chamar Moraes de canalha), e que na declaração (na nota) estava enaltecendo a condição de jurista, professor. Foi um momento cordial. 'É lógico que eu não penso aquilo de você', disse Bolsonaro ao ministro. Ele não chegou a pedir desculpas, mas disse que aquilo foi no calor do momento", afirmou Temer na entrevista.

Em resposta, Moraes teria destacado que o seu trabalho está sendo feito com base na legislação, mas que existem maneiras legais de ser contestado. "Moraes sugeriu que Bolsonaro poderia entrar, por meio dos advogados, com ações contra decisões das quais ele não concorde e que essas decisões poderiam ser avaliadas por outros ministros e até pelo plenário. "Não quero tensionar, são apenas medidas jurídicas", completou o ex-presidente.

Fonte: R7

Foto: Marcos Correa/PR