Para fazer um balanço do trabalho realizado pelas cidades brasileiras e avaliar como está a meta “90-90-90” no Brasil, gestores da Secretaria Municipal da Saúde de Aracaju (SMS) participaram do Seminário "Fast Track Cities", promovido pelo Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/Aids (Unaids), no auditório do Hotel Hilton, em São Paulo, até esta sexta-feira, 1.

Representantes de cidades de todo o mundo, consideradas estratégicas para o enfrentamento do HIV/Aids, se comprometerem com essa meta estabelecida pela Unaids e, atualmente, cerca de 300 municípios de diferentes países já assinaram o documento, sendo 42 deles no Brasil. 

A Prefeitura de Aracaju assinou a Declaração de Paris em 10 de julho de 2017, firmando o compromisso de acelerar a resposta para o fim da epidemia de AIDS até 2030. Um esforço global norteado pela chamada ‘Meta 90-90-90’.

“A meta 90-90-90 busca ter, até 2030, 90% das pessoas vivendo com HIV diagnosticadas. Destas, queremos ter 90% em tratamento e, das que estão em tratamento, 90% com carga viral indetectável [quantidade bem baixa de vírus no corpo, intransmissível nas relações sexuais]”, explica a secretária da Saúde, Waneska Barboza.

Em números absolutos, o objetivo é que em 2030, para cada 1000 pessoas com Aids, 900 tenham o diagnóstico pronto, 810 estejam em tratamento e 729 com carga viral indetectável.

Aracaju

Segundo a coordenadora do Programa IST/AIDS e Hepatites Virais, Débora Oliveira, a SMS vem desenvolvendo e implementando ações prioritárias, como estratégias de intensificação de diagnóstico precoce em toda a rede de saúde, utilizando o Previna Móvel como melhoria do acesso, qualificação do profissional de saúde e descentralização das profilaxias Pré e Pós-Exposição (PrEP e PEP).

“Além disso, realizamos, constantemente, qualificações profissionais dos servidores do nosso SUS e distribuímos insumos de prevenção em todas as nossas unidades, além de sempre estarmos buscando ampliar o acesso ao tratamento e formas alternativas de vinculação desses usuários para a detecção e tratamento", acrescentou.

Declaração de Paris

A partir da Declaração de Paris, assinada por centenas de cidades ao redor do mundo, os governos se comprometeram a acelerar os esforços para alcançar o fim da epidemia de AIDS até 2030.

O documento reforça a necessidade de implementação dos direitos humanos em todas as suas dimensões e busca garantir que ninguém seja deixado para trás nesta nova agenda de desenvolvimento.

A Declaração também especifica os grupos mais vulneráveis à epidemia, que são, além das pessoas já vivendo com HIV, as privadas de liberdade, as que usam drogas, profissionais do sexo, migrantes e pessoas deslocadas, pessoas com deficiência e todos com 50 anos ou mais.