Pescadores de colônias de pesca de Sergipe estiveram, na manhã desta segunda-feira, 21, na Administração Estadual do Meio Ambiente (Adema) em reunião, para discutir com órgãos do Governo do Estado sobre como as manchas de óleo estão prejudicando diretamente o sustento de quem vive da atividade pesqueira no Estado.

O secretário da Agricultura e Pesca, André Luiz, presente na reunião, relatou que já está trabalhando para procurar alternativas que minimizem os danos para os pescadores. “Essa semana estamos terminando um levantamento que será enviado à Superintendência Federal da Agricultura, do Ministério da Agricultura, fazendo solicitação da antecipação do seguro defeso, e, por outro lado, estamos indo a cada colônia de pescadores fazendo levantamento de todas as perdas totais para vermos a possibilidade de indenização por meio do Governo Federal,  já que foi reconhecido o estado de emergência, para que a gente possa realmente minimizar os danos”, explicou o secretário.

Durante a reunião foi feito um nivelamento de informações junto a Adema e a Federação de Pescadores, sobre o impacto real que as manchas de óleo têm causado na vida das marisqueiros e pescadores, o que vem dificultando o trabalho e diminuição da atividade da pesca por perda também de apetrechos de pescas utilizados no dia a dia e que são instrumentos de trabalhos. “Estamos conversando sobre um apoio do Governo do Estado para que seja realizada a antecipação do auxilio defeso e reposição dos instrumentos de pesca”, acrescenta do secretário.

Na reunião o secretário de agricultura informou também que o Instituto de Tecnologia e Pesquisa (ITP) da Universidade Tiradentes (UNIT), está realizando uma análise sobre a qualidade dos peixes e mariscos.

“Os pescadores nos trouxeram a realidade que eles estão passando, nossa equipe técnica já faz constantemente relatórios nos locais para subsidiá-los de informações técnicas para aquilo que ele precisar, como antecipação do defeso, e estamos juntos nessa grande tarefa que é minimizar os danos e achar soluções para que os pescadores não fiquem sem renda”, acrescenta o presidente da Adema, Gilvan Dias.

A presidente da colônia de pescadores da Barra dos Coqueiros, Wilma Santana, disse que a categoria já sofre os impactos do desastre ambiental na sua colônia. “Estamos sofrendo com essas manchas de óleo, afetando nossos equipamentos de pesca, como também na diminuição das vendas dos pescados, já tem gente sem querer comprar os pescados por medo de contaminação. Então estamos aqui para buscar apoio, para juntos termos uma solução provisória, pois a atividade da pesca esta diminuindo e nós precisamos sobreviver, seja com cestas básicas e também com antecipação do defeso”. 

O pescador do Baixo São Francisco, Petrônio Silva, fala da perda dos instrumentos de trabalho. “Estamos perdendo redes de pesca, e acaba que estamos evitando pescar para não perder todos nossos equipamentos, já teve uma diminuição nas nossa região, em Pacatuba, Pirambu, pois o pessoal já está evitando pescar nessas áreas e não é só peixe, é também o marisco, caranguejos”.

Os pescadores ficaram de, até o fim da tarde, enviar um relatório mensurando perdas para subsidiar o Governo do Estado a inserir no relatório de solicitações para o Governo Federal tomar as providências necessárias.

ASN