Morreu nesta terça-feira, 3, em Aracaju, aos 94 anos, a professora Maria Hermínia Caldas. Ela era aposentada e, durante décadas, contribuiu para o ensino sergipano e construiu um legado de amor às escolas públicas, à literatura e ao civismo.

Natural de Propriá, na região do baixo São Francisco, nascida em 1945, mudou-se para Aracaju aos 13 anos, a fim de estudar no Colégio Nossa Senhora de Lourdes. Naquela época, o sonho era estudar Medicina, mas ainda não havia esse curso no estado. Em 1952, ingressou na Faculdade Católica de Filosofia, no curso de Línguas Neolatinas. Antes mesmo de se formar, já ensinava na unidade escolar em que estudou. Colou grau no dia 15 de dezembro de 1955.

A professora Hermínia Caldas ingressou no serviço público dedicando-se à docência no dia 1° de março de 1956, no Colégio Nossa Senhora de Lourdes, na Escola Normal, no Colégio Estadual Atheneu Sergipense, na Escola Tiradentes e no Instituto de Educação Rui Barbosa. Também trabalhou em Pré-vestibulares e lecionou Língua Portuguesa e Literatura, Francês, Espanhol, Latim, Psicologia e Pedagogia.

Em 1969, a convite da Associação dos Professores Licenciados do Brasil, secção Sergipe, foi trabalhar na Secretaria de Estado da Educação, onde ajudou a implantar o Departamento de Ensino Médio. Em 1975, decidiu retornar para a Escola Normal, e quatro anos depois foi para a Seduc, onde passou a trabalhar na Coordenação de Moral e Cívica. Por esse motivo, a educadora é uma referência nas atividades da Semana da Pátria e do Sete de Setembro. A educadora organizou os famosos desfiles cívicos de 7 de Setembro na capital sergipana no período de 1979 até 2014.

“Professora Hermínia é uma grande referência para todos aqueles que amam a educação. Ela foi responsável pela formação de muitos profissionais que brilham no magistério sergipano, sempre mirados nos seus exemplos de amor, compromisso, responsabilidade, ternura e alegria. A professora Hermínia acreditava no poder transformador da educação, e seu legado estará sempre vivo em todos os corações, em todas as gerações”, afirma o secretário de Estado de Educação e da Cultura, Zezinho Sobral.

Dentre tantas homenagens feitas em vida, a Seduc Sergipe inaugurou, no dia 13 de maio de 2013, o Auditório Professora Maria Hermínia Caldas, na sede da instituição, um dos espaços mais requisitados e utilizados por professores, alunos e comunidades escolares.

Professora Hermínia Caldas também foi poetisa, autora de projetos consistentes nas áreas social e educacional. Foi uma das pioneiras da Nova Hora Literária que, mais tarde, tornou-se Academia Literária de Vida - ALV.

Publicou mais de dez livros, entre ficção, poesia, literatura infantil, educacional, dentre eles “Vultos da História da Educação em Sergipe”, além de diversas apostilas e publicações de Educação Moral e Cívica.

“Professora Hermínia era uma personalidade na educação, pessoa bastante respeitosa, prestativa e que sempre andava de mãos dadas com todos os setores para dar assistência às escolas sergipanas na capital e no interior. Fez parte da história de vida de muitos professores sergipanos”, diz Eliane Passos, diretora do Departamento de Apoio à Educação (Dase).

A despedida da professora Maria Hermínia Caldas será na OSAF, rua Itaporanga, em Aracaju, a partir das 15 horas. O sepultamento acontecerá nesta quarta-feira, dia 4, às 11 horas, no Cemitério São Benedito, também na capital sergipana.