Estão em Sergipe os três investigados detidos durante a Operação Dupla Face que investigou um grupo criminoso especializado no cometimento de fraudes contra grandes empresas em todo território nacional. O líder do grupo foi preso em Dourados (MS), enquanto que os outros dois investigados foram detidos em Uberlândia (MG). A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 2.

De acordo com o delegado Weliton Júnior, a fraude utilizada pelos grupo criminoso para lesar as empresas consistia em falsificação de assinaturas, confecção de procuração falsa e posterior reconhecimento de firma em cartório. 

A investigação teve início há oito meses com o registro do boletim de ocorrência em Sergipe - onde uma grande empresa do gênero alimentício foi alvo de um golpe de R$ 80 mil cometido pelo grupo criminoso.“De posse da procuração com firma reconhecida, os investigados conseguiam obter talonários de cheques em nome das empresas alvo da fraude. A partir daí, eles preenchiam e realizavam transações financeiras de valores vultuosos”, explicou o delegado Weliton Júnior.

O delegado destacou ainda que os investigados faziam pesquisas para escolher as empresas que seriam alvo do grupo criminoso. “Eles aziam pesquisas em portais da transparência e escolhiam empresas com contratos com entes públicos. Eles acreditavam que a partir daí seria possível identificar empresas com altos volumes financeiros em conta”, relatou.

Para concretizar o crime, os investigados também contratavam motoboys que, em regra, atuavam de boa-fé. “O motoboy era escolhido a partir de anúncios em redes sociais e em seguida era manipulado para efetivar as tarefas determinadas pelo grupo criminoso. As atividades estavam ligadas ao transporte dos documentos e ações ligadas ao cometimento das fraudes”, complementou o delegado.

Com o recambiamento para Sergipe, os investigados ficam à disposição da Justiça para adoção das medidas legais cabíveis ao caso. 

Dupla Face

A operação foi batizada de Dupla Face em alusão à vida que o líder da associação criminosa mantinha. Ele foi identificado como o dono de duas empresas ativas em Goiânia (GO), local onde reside com sua família.  

“O investigado ostentava uma vida de alto padrão econômico, apresentando-se ao público como homem de negócios bem sucedido, mas ao mesmo tempo escondia uma vida secreta de cometimento de estelionatos fazendo vítimas em todo o território nacional”, revelou o delegado Weliton Júnior.

Integração

A operação contou com o suporte operacional oferecido pela Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, por meio do Setor de Investigações Gerais, titularizado pelo delegado Erasmo Cubas, na cidade de Dourados (MS).A ação também teve o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais, pela unidade AIP 9000, da cidade de Uberlândia (MG), titularizada pela delegada Ana Claudia Padua Passos, e do Setor de Inteligência de Minas Gerais. 

Também destaca-se o apoio da Polícia Civil de Goiás, por meio DERFRVA, comandada pelo delegado Danilo Martins Ferreira e por sua adjunta Rafaela Azzi.

A operação contou ainda com o apoio do delegado Murilo Gouveia, da Delegacia de Simão Dias, da Coordenadoria de Polícia Civil do Interior (Copci) e da Delegacia-Geral.