A variante P1 do novo coronavírus está em circulação em pelo menos 11 municípios sergipanos. É o que confirmam as 53 amostras testadas pela Fiocruz, que apontam a presença da nova linhagem em Aracaju (30), Barra dos Coqueiros (cinco), Cedro de São João (dois), Laranjeiras (três), Monte Alegre (um), Nossa Senhora do Socorro (um), Boquim (quatro), Itaporanga D’Ajuda (um), Ribeirópolis (três) e Simão Dias (um). Todos estes casos não têm vínculos com casos importados, segundo informações do diretor de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado da Saúde (SES), Marco Aurélio Góes.

No entanto, o número de casos e de municípios que tem a presença da variante de interesse pode ser bem maior, uma vez que a identificação da linhagem se deu por amostragem. “Inicialmente tivemos o isolamento da variante apenas em casos vinculados a pacientes que estiveram em Manaus e neste caso seis amostras deram um resultado positivo para a P1. Na segunda leva, amostras de vários municípios deram positivas, sendo que nenhuma delas tinha vínculo com pessoas que estiveram em Manaus ou outro local da região Norte do país”, relatou Marco Aurélio.

Segundo ele, esses fatores indicam que a variante predominante neste momento tem sido a P1, o que pode justificar a alta transmissibilidade e o aumento de casos, da taxa de ocupação hospitalar e de óbitos. Destacou o diretor que, como a variante se transmite facilmente, ela passa a ser dominante no local, causando grande preocupação. “Todas as medidas que possam ser tomadas para evitar a transmissão são fundamentais”, considerou.


Para Marco Aurélio, com a identificação da variante brasileira, é essencial que a sociedade entenda que há uma forma do vírus que se transmite de forma mais fácil e que por isso é essencial intensificar todas as ações de prevenção. Ele desaconselha, por exemplo, nesta Semana Santa, que as pessoas frequentem ambientes com muita gente. Entende que os atos religiosos são importantes, mas sugere que nesse momento de pandemia eles sejam feitos à distância, de forma on line.


“E para quem faz questão de ir à igreja, que respeite todas as normas. Se for ao templo e notar que há uma lotação maior que a indicada, não fique. Faça suas orações em casa”, orientou o diretor, chamando a atenção também para os perigos de contágio nas festas clandestinas. Enfatizou que a fiscalização estará ativa para coibir aglomerações. Para ele, reuniões festivas presenciais neste momento são atos criminosos.