O percentual de casos confirmados e mortes por Covid-19 no interior do estado vem preocupando as autoridades de saúde. Dados do sistema de Gerenciamento de Ambiente Laboratorial do Lacen, mostram o avanço de casos do coronavírus nos municípios sergipanos. No mês de março deste ano, foram registrados 12.158 casos positivos para covid-19, já no interior do estado, o número de pessoas positivadas foi de 12.374. Neste mês de abril foram 6.568 testes confirmados e no interior 7.444 positivados. A taxa de positividade em março era de 46% e cresceu em abril para 51% em todo o Estado.

Para o diretor de Vigilância em Saúde, Marco Aurélio Góes, as áreas metropolitanas sempre se destacam nos dados, por isso, Aracaju e os municípios mais próximos vão ter uma curva mais acentuada. Porém, ressalta surtos e aumentos de casos da Covid-19 em municípios mais distantes da capital, localizados no sertão e no centro-sul de Sergipe. Para ele, a segunda onda tem sido mais preocupante com maior número de jovens infectados e desenvolvendo as formas mais graves da doença, além do crescimento de óbitos.

“Por ter uma população menor, há uma falsa impressão de que o quantitativo de casos e óbitos não justifica medidas de distanciamento e uso de máscaras. As pessoas acreditam que a pandemia está concentrada na capital, o que é um grande equívoco. As medidas de adesão ao distanciamento e uso de máscaras tem uma fragilidade muito grande, na capital isso acontece nas áreas periféricas. Muitos óbitos advém dessas áreas e as pessoas não estão se sensibilizando com esse fato”, afirma o diretor.

Em relação à assistência oferecida para a população do interior do Estado, Marco Aurélio afirma que os polos de Estância e Lagarto possuem hospitais com UTIs, porém, já estão com capacidade máxima de ocupação, mais de 90% nos últimos 14 dias. “Temos casos graves em todas as regiões, UPAS do interior, os hospitais regionais, hospitais de pequeno porte tem casos graves que precisam de remoção para leitos de maior complexidade. Além disso, grande fluxo de atendimentos na UBS, casos mais simples em todo território”, salienta.

A testagem da população é fundamental para o monitoramento da pandemia pelo novo Coronavírus em Sergipe. O Laboratório Central de Saúde Pública de Sergipe (Lacen), responsável pelas análises das amostras da rede pública e privada de saúde no Estado, processou até o momento 406.505 testes.

Segundo o Superintendente do Lacen, Cliomar Santos, a demanda de amostras encaminhadas do interior do Estado nos meses de março e abril, superou o número de Aracaju. “Desde o início da pandemia observamos o número de amostras provenientes de Aracaju sempre maior da capital, superava a soma de todos os municípios do interior, porém, desde o final do mês de março essa realidade se inverteu”, afirma Cliomar.

O superintendente do Lacen destacou ainda que o perfil desses pacientes testados nos últimos dois meses chama a atenção, são na maioria homens com idade entre 20 e 29 anos. “São pessoas em idade produtiva e laboral. Em sua grande maioria são pessoas sintomáticas e fazendo os testes de PCR”, explica.

De acordo com a última atualização do Boletim Covid-19, o número total de casos confirmados no estado de Sergipe é de 191.537, o quantitativo de casos negativados é de 214.968, as pessoas que se curaram da doença somam 175.573 e 3.982 vidas foram perdidas devido à infecção pelo novo Coronavírus.

Os dados apresentados são a soma da realidade dos 75 municípios que compõem o território sergipano, a capital Aracaju ainda está à frente no número de casos confirmados, são 94.529 os casos positivados e 1577 óbitos. Outros municípios sergipanos também se destacam nos números, são eles: Nossa Senhora do Socorro (11.972 casos confirmados e 375 óbitos); Itabaiana (8.655 casos confirmados e 157 óbitos); São Cristóvão (6.862 casos confirmados e 159 óbitos); Barra dos Coqueiros (5110 casos confirmados e 64 óbitos); Estância (5485 casos confirmados e 133 óbitos); Lagarto (4770 casos confirmados e 141 óbitos).

Sergipe já se aproxima de 4.000 vidas perdidas. O diretor Marco Aurélio alerta que a pandemia não respeita o tamanho do município. “A transmissão ocorre em todo território e a gente precisa dessas medidas de controle no dia a dia, independentemente da vacinação. A gente tem que avançar vacinando mais gente, mas devemos manter as medidas de prevenção como uso de máscara em todos os ambientes, higienização das mãos e o máximo de distanciamento possível”, destacou.