Após dois longos anos, a pandemia de Covid-19 ainda persiste em todo o mundo. No Brasil, o verão trouxe surtos de gripe, algo que a população estava acostumada a enfrentar no inverno. Em meio a estas doenças virais, o cuidado com a imunidade são fundamentais no dia a dia.

Segundo o endocrinologista cooperado Unimed Sergipe, Carlos Alberto Menezes, a imunidade é um conjunto de mecanismos que o nosso corpo apresenta para garantir a proteção contra agentes que possam causar danos ao nosso organismo.

"A imunidade é garantida graças ao nosso sistema imunológico ou sistema imune, que é formado por moléculas, células, tecidos e órgãos, que atuam de maneira correlacionada para nos proteger contra agentes externos. Qualquer alteração no sistema imune nos torna suscetíveis às doenças. Podemos classificar imunidade em diferentes formas: ela pode ser nata, que é aquela presente em todos os organismos desde o nascimento; adquirida, que é a que adquirimos ao longo da vida; a ativa, que ocorre quando o corpo do indivíduo produz uma resposta imune; e a passiva, que é quando o organismo recebe anticorpos já prontos, sem que o sistema imune seja estimulado", ressalta Carlos Alberto.

Segundo o endocrinologista, uma das formas de proteger a imunidade em relação à Covid-19 é manter os cuidados orgânicos, ou seja, realizar a higienização das mãos, usar álcool em gel e evitar aglomerações, além de cuidar da alimentação, realizar atividades físicas, dormir bem e se vacinar.

"Outras formas de evitar agentes agressores é através de medicações, para aquelas pessoas que estão com a imunidade rebaixada, com o uso de vitaminas C e D. A vitamina D é um pouco controversa na literatura, pois mostra que não protege contra a Covid-19, mas deixa o nosso organismo mais íntegro no que diz respeito à propensão da doença. Com as  síndromes gripais, que são viroses, funciona da mesma maneira que a Covid. É preciso ter boa alimentação, fazer atividade física, ter repouso, higienização corporal, evitar aglomerações, evitar uso do álcool e do fumo e controlar o peso", afirma  o médico.

Alimentação
Como explicado pelo endocrinologista, a alimentação tem papel fundamental para se preservar uma boa imunidade no organismo. De acordo com a nutricionista Monika Karoline, que atende no Núcleo de Atenção Integral da Saúde da Unimed Sergipe (Nais), alguns alimentos podem prejudicar a imunidade.

"O hábito de consumir alguns alimentos podem acabar enfraquecendo a imunidade, como açúcar em excesso, pois reduz a capacidade das células imunológicas de abrir espaço para as bactérias; consumo de bebidas alcoólicas em excesso; excesso de sal, pois pesquisadores descobriram que quando os rins excretam o excesso de sódio ocorre um efeito dominó, reduzindo a capacidade do corpo de combater as infecções;  ingerir muita cafeína pode atrapalhar o sono, aumentando a inflamação e comprometendo a imunidade; e o baixo consumo de fibras, como frutas, verduras e alimentos integrais", explica Monika.

Diante do atual cenário da saúde, com pandemia e surtos de síndromes gripais, a nutricionista aconselha fazer atividades físicas e consumir bastante água e alerta para algumas substâncias que ajudam a fortalecer a imunidade.

"O consumo de determinados alimentos favorece o fortalecimento da imunidade, como os alimentos ricos em vitamina C, presente na laranja, limão, acerola, caju, goiaba, entre outros.  A vitamina C atua na prevenção de infecções respiratórias e sistêmicas. Também alimentos ricos em vitamina A, que atua no desenvolvimento e fortalecimento do sistema imune e está presente nos vegetais e frutas de cor amarelo e laranja, como pimentão amarelo e vermelho, cenoura, mamão, manga e nos folhosos verdes-escuros, como brócolis, espinafre, rúcula, couve", elenca a nutricionista.

Outras substâncias aconselhadas pela nutricionista são o Ômega-3, que tem propriedades anti inflamatórias, melhorando a saúde em geral e que está presente nas sementes de chia, linhaça, peixes como salmão, cavalinha, atum, sardinha e nozes. As oleaginosas, como castanhas de caju e do Pará, amêndoas e nozes, que são fontes de zinco que atua na reparação de tecidos e cicatrização de feridas e ativa linfócitos T, que são células responsáveis pela imunidade celular e que atuam destruindo as células infectadas e ativando os macrófagos.

"Semente de girassol é rica em vitamina e poderoso antioxidante, e também rica em zinco, um mineral muito bom para o sistema imune;  alimentos probióticos, como kefir, leite fermentado, que atuam na colonização de bactérias boas no intestino, auxiliando no fortalecimento desse órgão e aumento das defesas do organismo. O gengibre, raiz composta pelo Gingerol que tem propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anti-inflamatórias.  A cúrcuma, que possui a curcumina, poderoso antioxidante que atua no combate dos radicais livres e estimula também a produção de células T pelo sistema imune; e o alho, que é formado pela alicina que possui atividade microbiana e atua no combate à proliferação de bactérias, vírus e fungos. É um dos alimentos mais famosos e utilizados no fortalecimento da imunidade", complementa Monika.