As pessoas com comorbidades podem ser  mais vulneráveis à letalidade da Covid-19. Em Sergipe, dados do boletim epidemiológico do coronavírus, divulgados no último domingo,16, apontam que a hipertensão é a comorbidade mais frequente nos casos de óbitos de pacientes infectados pelo novo coronavírus. Das 4.718 pessoas que foram a óbito vítimas da Covid, 1.943 tinham hipertensão (pressão alta). 

O médico infectologista e diretor de Vigilância e Saúde, Marco Aurélio Góes, esclarece que manter os hábitos de prevenção e controle da hipertensão são fundamentais para o não agravamento do quadro de um paciente com Covid-19. Por isso, salienta a necessidade da avaliação médica, já que muitos indivíduos desconhecem serem portadores da hipertensão.

“Sempre  recomendamos que as pessoas procurem os serviços  de saúde habitualmente, seja através do Sistema Único de Saúde (SUS), ou no seu serviço privado. A hipertensão grau 1, considerada mais leve, facilmente é controlada com medicamentos, dessa forma, não chega a ser uma comorbidade para o risco de gravidade da Covid-19. Porém, se  essa hipertensão não responde bem ao esquema de medicamentos habituais, ou  é uma hipertensão que já afetou um outro órgão, ou  por exemplo,  a retina, a circulação,   é uma hipertensão que traz repercussão, já traz uma comorbidade”, disse.

Desde o início da pandemia, a Secretaria de Saúde vem destacando a importância dos cuidados redobrados para todos, especialmente, para as pessoas que fazem parte dos grupos de risco, como idosos e portadores de comorbidades. O infectologista reforça que o uso de máscara, higienização das mãos e distanciamento são necessários para a proteção.

“Se  infectada, a pessoa com obesidade  pode ter um risco aumentado de óbito, ou seja, de acordo com estudos pode ter uma maior letalidade. Então, é necessário trabalhar como estamos fazendo com os idosos. Se todo mundo  precisa do distanciamento e  higienização das mãos, as pessoas com 60 anos ou mais e as pessoas que têm comorbidades necessitam ainda mais. Tanto é que muitas pessoas, a depender do grau de comorbidade, estão afastadas  do contato com o público,  para evitar justamente a infecção”, destaca Marco Aurélio.

Diagnóstico da hipertensão

O diagnóstico da doença é simples e rápido, feito somente pela aferição da pressão arterial para saber se os níveis estão alterados ou não. A pressão alta não tem cura, mas tem tratamento e pode ser controlada. A primeira forma de prevenção é fazer o acompanhamento dos índices da pressão arterial, principalmente se pais, avós ou outros parentes próximos também têm hipertensão.

Vacinação

Tendo em vista que em Sergipe alguns grupos de pessoas com comorbidades estão sendo vacinados, Marco Aurélio alerta que no ato da vacinação deve-se portar relatório médico, comprovando a doença. “As pessoas  que já fazem o acompanhamento, basta o relatório com a comorbidade. O  principal documento é o relatório do serviço de saúde, um relatório  médico  para aqueles que são acompanhados pelo serviço privado ou   um relatório da unidade de saúde do SUS. Algumas pessoas que têm comorbidade já fazem o acompanhamento rotineiro, então tanto o médico como a enfermagem e os prontuários médicos já indicam a  presença dessa comorbidade,  por agilidade esse documento já pode ser utilizado pela equipe de saúde para fazer essa vacinação”, finaliza.