A primeira vacina contra a covid-19 a chegar a Sergipe foi aprovada por unanimidade no último dia 17, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na terça-feira (19), já estava disponível na capital sergipana, possibilitando o início da campanha de imunização, que segue o cronograma estabelecido pelo Plano de Vacinação Contra Covid-19, elaborado pela Secretaria Municipal da Saúde (SMS).
Além da aplicação da vacina, a Prefeitura de Aracaju tem atuado para informar a população sobre o calendário da vacinação e para esclarecer eventuais dúvidas relacionadas à CoronaVac, vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac Biotech.
Os testes para a elaboração da vacina tiveram início em julho de 2020, com mais de 13 mil voluntários, de sete estados, incluindo o Distrito Federal, seguindo todos os protocolos exigidos pelos comitês científicos e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
Cumpridas todas as etapas, foi comprovado que a eficácia da Coronavac é de 50,38%, índice acima do padrão estabelecido pela OMS, que exige uma eficácia de 50% para aprovar um novo imunizante. Isso significa que de cada 100 pessoas, 50 não desenvolverá qualquer sintoma ao ter contato com o vírus.
Além de esse dado ser extremamente favorável para diminuição do número de infectados, caso a pessoa vacinada contraia o vírus, diminui em 78% as chances de desenvolver sintomas moderados. Os estudos apontam, ainda, que 100% dos vacinados não desenvolvem os sintomas graves da doença. Isso levará a uma radical diminuição da mortalidade provocada pela covid-19.
Secretária da Saúde de Aracaju, Waneska Barboza reforça que os testes e procedimentos garantiram o desenvolvimento de uma vacina eficaz. “Ficou comprovado que a CoronaVac realmente estimulou o desenvolvimento de anticorpos, que é o que a gente precisa para se proteger da contaminação”, ressalta.
A CoronaVac apresenta uma eficácia maior que outros imunizantes, a exemplo da vacina contra gripe, o que atesta sua importância como uma das ações para vencer a pandemia do novo coronavírus, que já vitimou mais de 1,7 milhão de pessoas em todo o mundo.
Ação no organismo
A Coronavac utiliza uma versão inativa do Sars-CoV-2, coronavírus responsável pela pandemia. Ao injetar as partículas desativadas do vírus, o sistema imunológico começa a produzir anticorpos, tornando o organismo resistente à doença. As partículas inativas não se reproduzem no organismo, por isso são incapazes de desencadear sintomas, apenas estimulam a produção de anticorpos.
Não foram registrados efeitos colaterais significativos envolvendo a aplicação da CoronaVac, apenas leve dor no local da aplicação e alguns casos de dor de cabeça, sintomas comuns na aplicação de outras vacinas.
A secretária destaca ainda que os riscos são muito pequenos em relação aos benefícios, “isso nos dá segurança para que possamos vacinar a população de forma tranquila, adquirindo assim a imunidade coletiva que tanto precisamos”, enfatiza.
Consciência coletiva
É importante destacar que uma vacina não é um remédio, mas uma ação de saúde coletiva para evitar a propagação de doenças. Por esse motivo, é fundamental que a maior parte da população seja vacinada, para que assim o imunizante tenha um efeito concreto e a pandemia do novo coronavírus seja controlada.
Caso a vacinação não seja efetiva, o vírus pode sofrer mutações, desenvolvendo variantes capazes de contaminar até mesmo quem já estava imunizado. Por esse motivo, tão logo a vacina foi aprovada, a Prefeitura de Aracaju iniciou os trabalhos para cumprir o Plano Municipal de Vacinação Contra Covid-19.