O trabalho científico mais abrangente sobre o uso da hidroxicloroquina por pacientes com covid-19 realizado até hoje concluiu que a droga não só é ineficaz contra o coronavírus como aumenta a mortalidade dos pacientes infectados.

Publicado na renomada revista científica Nature, no último dia 15, o artigo traz a análise de 28 ensaios clínicos randomizados ou não, envolvendo 10.319 pacientes, realizados ao redor do mundo.

A conclusão dos pesquisadores foi de que "o tratamento com HCQ [hidroxicloroquina] foi associado ao aumento da mortalidade em pacientes com covid-19, e não houve benefício do tratamento com CQ [cloroquina]".

Um dos estudos prévios analisados pelos autores do artigo publicado na Nature foi justamente o Recovery, que já havia apontado "nenhum benefício" de evitar mortes e, pior, concluiu que pessoas que tomaram hidroxicloroquina tinham "hospitalização mais longa e maior risco de progressão para ventilação mecânica invasiva e/ou morte".

Após os achados no Recovery, a OMS (Organização Mundial da Saúde) passou a desaconselhar o uso das duas drogas no tratamento de pacientes com covid-19. 

 

A cloroquina é um medicamento usado no tratamento de casos de malária, para os quais têm segurança comprovada há décadas.

A versão com menos efeitos colaterais, hidroxicloroquina, é também aprovada por órgãos reguladores de medicamentos para pessoas com doenças reumáticas — como lúpus eritematoso, artrite reumatoide, síndrome de Sjogren e algumas vasculites.

As duas drogas ganharam fama após o pesquisador francês Didier Raoult divulgar um estudo com resultados extremamente otimistas em relação ao uso da droga.

Fonte: Agência Brasil