Os imunizantes contra a Covid-19 destinados às crianças entre 5 e 11 anos devem ser entregues aos Estados a partir desta sexta-feira, 14, de acordo com o Ministério da Saúde. Crianças nessa faixa etária foram incluídas no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19 no início deste mês.
O primeiro lote que chegou ao Brasil contém 1,2 milhão de doses. Segundo a infectologista cooperada Unimed Sergipe, Márcia Maria Macêdo, a vacina que será utilizada nas crianças possui algumas diferenças do imunizante aplicado nos adultos desde o início da campanha de vacinação.
"A vacina da Pfizer para crianças de 5 a 11 anos tem dosagem e composição diferente da aplicada em adultos e adolescentes. A aplicação será de 0,2ml com frasco de tampa laranja para facilitar a identificação e o intervalo entre as doses será de oito semanas”, explica a médica.
A imunização das crianças também terá uma ordem de prioridade estabelecida pelo Ministério da Saúde. Crianças que apresentam comorbidades e deficiências serão priorizadas, assim como as indígenas e quilombolas, seguidas das que convivem com pessoas que fazem parte de algum grupo de risco. Após estes grupos iniciais, a imunização contemplará crianças sem comorbidades, de acordo com a ordem decrescente de idade.
Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em 2021, ocorreram 1.400 óbitos infanto-juvenis, ou seja, de pessoas abaixo dos 18 anos. Apesar de ser considerado um número baixo em relação às outras faixas etárias, Márcia explica que a vacinação de crianças também é fundamental.
"Se existe vacina contra Covid-19 segura e eficaz, nossa obrigação é proteger as crianças. Apesar da maioria apresentar quadros mais leves, também existem óbitos. Das 1.400 mortes no ano passado, metade delas foram de bebês que tinham menos de dois anos e um terço menor de um ano. Ainda 9% eram bebês até 28 dias. Além do risco de morte, existe a possibilidade de sequelas após a Covid-19 e de transmissão aos bebês que não podem ser vacinados e demais pessoas. Quanto menor a circulação do vírus, consequentemente, menor a possibilidade de novas variantes, contágios, doentes e óbitos. Vacinar é preciso e urgente. Vacinas salvam vidas", ressalta a infectologista.