No final do mês de julho, a Prefeitura de Aracaju recebeu máscaras de pressão positiva para auxiliar no tratamento de pacientes do Hospital de Campanha (HCamp) Cleovansóstenes Pereira Aguiar. Passado quase um mês após a chegada dessas novas ferramentas, os resultados têm sido positivos e o suporte se reafirma como essencial para pacientes mais delicados de covid-19. 

As máscaras de mergulho adaptadas são uma idealização de médicos italianos, após escassez de insumos e equipamentos médicos durante o epicentro da pandemia na Europa. Neste contexto, pesquisadores brasileiros adotaram esse modelo e promoveram melhorias no projeto. Em Sergipe, o trabalho foi desenvolvido pelo Instituto Federal de Sergipe (IFS) e a CUID4R, que estão engajados no incentivo do uso das máscaras adaptadas nos vários hospitais do estado. 

“Ela é utilizado junto a outros recursos terapêuticos na fisioterapia, apresenta uma contribuição considerável e tem resultados positivos no tratamento da insuficiência respiratória de pacientes portadores de quadros leves a moderados da covid-19. Trata-se de uma interface que, bem acoplada ao rosto do paciente, produz um escape de ar mínimo, o que possibilita um bom aproveitamento da terapia ventilatória, bem como um risco mínimo de contaminação do ambiente por geração de aerossóis do vírus”, explica a fisioterapeuta do HCamp, Tainá Goes, ao destacar como o dispositivo tem contribuído no dia a dia da unidade.

A fisioterapeuta ressalta, ainda, que a indicação da máscara adaptada é um meio menos invasivo de ventilação. Com isso, permite uma melhor performance respiratória do paciente, com a atuação concomitante da terapia de reexpansão pulmonar e manutenção de vias aéreas abertas, favorecendo uma melhor troca gasosa e ajudando na oxigenação dos pulmões, como terapia adjuvante, antes de uma possível sedação e intubacao”, esclarece.

De acordo com a professora de Engenharia Elétrica do Instituto Federal de Sergipe (IFS) de Lagarto e coordenadora geral do Projeto CUID4R, Stephanie Kamarry Alves Sousa, a ideia é dar o máximo de conforto ao paciente. 

“Acreditamos que esse equipamento tem um grande potencial de salvar vidas, como já podemos ver em outras localidades do país, como Manaus, Brasília, São Paulo e Rio Grande do Sul, e nosso objetivo é ajudar a reduzir o agravamento dos casos, desafogando assim o sistema de Saúde Pública. Como trabalhamos com doações de pessoas físicas, à medida que formos recebendo mais doações, vamos adaptando e entregando para serem utilizadas diretamente pelo município”, garante a coordenadora do Projeto.

A fisioterapeuta do HCamp afirma que a chegada desse equipamento foi um passo importante no tratamento ofertado na unidade provisória. “A chegada desses dispositivos foi muito positiva para a ampliação de possibilidades terapêuticas, pela equipe de fisioterapia do Hospital de Campanha, possibilitada pela grande parceria do IFS e CUID4R, diante do compromisso humano com a população sergipana”, considera Tainá. 

Fonte: PMA