Recentemente foi identificada em mais de 44 países uma nova variante do Coronavírus, a B.1.617, conhecida como variante indiana. A Argentina, país da América do Sul que faz fronteira com o Brasil, foi um dos países que já registrou a presença da variante. Essa aproximação pode ser vista como uma grande ameaça para o Brasil, já que o ritmo da vacinação continua lento por falta de vacina suficiente para imunizar toda a população.
De acordo com o professor da Universidade Tiradentes (Unit) e médico infectologista Dr. Matheus Todt, além do processo lento de vacinação, o Brasil atualmente já possui outros agravantes que se somarão à nova variante, caso seja registrada no país. “Infelizmente temos dado exemplos de como não se deve enfrentar a pandemia. Não testamos o suficiente, não ampliamos leitos hospitalares o suficiente, não isolamos quando deveríamos, demoramos a iniciar a vacinação e estamos vacinando de forma lenta e irregular. Só isso já tornaria a situação caótica. A nova cepa é apenas a ‘cereja do bolo’”, ressalta o infectologista.
A nova variante é semelhante à P1, que já é existente no Brasil e muito presente aqui no Estado de Sergipe. Apesar de serem mutações diferentes, elas apresentam a mesma capacidade de ser altamente transmissível. A estação inverno também se torna uma preocupação devido a grande chance de contaminação e transmissão do Coronavírus. “Os meses de inverno são sabidamente meses de maior transmissão de doenças respiratórias. Com a Covid-19 não é diferente. Infelizmente esperamos um aumento do número de casos nesse período”, enfatiza Matheus Todt.
Recentemente, o número de pessoas jovens infectadas e o de óbito aumentaram. O médico infectologista Matheus Todt ressalta que contaminar mais pessoas jovens que idosos não é uma característica da variante P1, já existente no Brasil. Essa alta se dá por outros motivos. “A variante P1 não acomete mais jovens. O que acontece é que muitos idosos já foram contaminados na primeira onda e muitos idosos já foram imunizados, já que são grupo prioritário para vacinação. Consequentemente, parece que os jovens são mais atingidos. O vírus sempre ‘procurará’ os grupos mais vulneráveis”, disse.