No início deste mês, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) confirmou a presença da variante Ômicron no Estado de Sergipe. Para este resultado, foram analisadas amostras coletadas em janeiro, o que afirma que a variante do coronavírus já circulava em território sergipano desde o início do ano. Segundo a infectologista cooperada Unimed Sergipe, Dra Mariela Cometki, uma variante é um processo natural que ocorre durante a duplicação do vírus.
"O material genético do Sars-CoV-2, o coronavírus que causa o Covid-19, é denominado ácido ribonucléico (RNA). Para se replicar e, portanto, estabelecer a infecção, o RNA do Sars-CoV-2 deve sequestrar uma célula hospedeira e usar a maquinaria da célula para se duplicar. Erros geralmente ocorrem durante o processo de duplicação do RNA viral. Isso resulta em vírus semelhantes, mas não em cópias exatas do vírus original. Esses erros no RNA viral são chamados de mutações, e os vírus com essas mutações são chamados de variantes. As variantes podem diferir por uma ou várias mutações", explica.
A Ômicron foi detectada pela primeira vez em novembro de 2021 na África do Sul. De
lá para cá, a variante percorre o mundo, causando novas ondas de casos em diversos países, inclusive no Brasil.
"A Ômicron foi a última cepa identificada do vírus Sars-Cov-2 e possui cerca de 50 alterações no padrão genético original. As infecções causadas por ela parecem ser tão graves quanto as infecções da variante Delta, e ela é até cinco vezes mais contagiosa. Os sintomas mais comuns seriam cansaço extremo, dores no corpo, dor de cabeça e dor de garganta", ressalta a médica.
Vacinação
Com a variante Ômicron sendo detectada apenas no fim do ano passado, quando a vacinação contra a Covid-19 já estava em andamento em todo o mundo, surgiram muitos questionamentos sobre a eficácia dos imunizantes em relação a esta variante. No entanto, segundo a infectologista, as vacinas em uso são eficazes contra a Ômicron.
"As vacinas e doses de reforço contra a Covid-19 continuam sendo eficazes contra as consequências graves da doença, incluindo a causada pela variante ômicron. A estimativa de eficácia do imunizante para evitar hospitalizações, entre 14 e 179 dias após a segunda dose, foi de 81%, de 57% após mais de 180 dias da segunda injeção e de 90%, 1 ou mais dias depois da dose de reforço”, destaca Mariela.
Comprovadamente mais infecciosa que outras variantes, a Ômicron acende o sinal de alerta para a manutenção das medidas de proteção. "Tendo em vista que a variante Ômicron é mais infectante, a Organização Mundial da Saúde recomenda atenção em relação ao uso de máscaras eficazes e cobrindo o nariz e a boca, principalmente em locais pouco arejados, distanciamento interpessoal, higienização periódica das mãos e isolamento correto entre os sintomáticos", complementa a infectologista.