Nesta quinta-feira, 18, quando Aracaju está prestes a completar um mês de campanha de vacinação contra a covid-19, a Prefeitura, por meio da Secretaria Municipal da Saúde (SMS), já vacinou mais de 16 mil pessoas, entre profissionais da área da saúde, idosos institucionalizados e seus cuidadores, e idosos acima de 90 anos.

No entanto, apesar da chegada da vacina proporcionar um alento após meses de angústia e perda em decorrência da pandemia do novo coronavírus, mesmo os já imunizados devem manter as medidas preventivas, é o que alerta os especialistas. 

Iniciada no dia 19 de janeiro, a vacinação na capital sergipana segue o Plano Municipal de Imunização, que é alinhado ao Plano Nacional e está validado pelos órgãos fiscalizadores, como Ministérios Públicos Estadual e Federal, como destaca a secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza. 

“Até o momento, o trabalho coordenado tem garantido a celeridade, sobretudo na segunda fase da vacinação, claro, baseado no número de doses que recebemos, até agora. Estamos caminhando para fechar o primeiro mês de campanha e, neste período, recebemos 23.670 doses de vacinas, sendo 13.630 de CoronaVac e 10.040 de AstraZeneza", detalha a secretária.

Segundo Waneska, com esse quantitativo, tem sido possível vacinar apenas profissionais da área da saúde, idosos institucionalizados e seus cuidadores, e idosos acima de 90 anos. "Os demais calendários serão divulgados pela Secretaria Municipal da Saúde a partir do momento que houver nova remessa feita pelo Ministério da Saúde. Informaremos a população sobre as novas fases, com o máximo de celeridade, como estamos fazendo até agora”, frisa.

No total, foram vacinados 13.739 profissionais da saúde, 2.127 idosos com mais de 90 anos, 215 idosos institucionalizados e 94 cuidadores. 

As informações detalhadas sobre todas as etapas da vacinação são divulgadas diariamente pela Prefeitura, por meio dos canais oficiais, como a Agência Aracaju de Notícias, e os perfis oficiais da administração municipal nas redes sociais. Em caso de dúvidas, a população aracajuana pode entrar em contato com a Ouvidoria da Secretaria da Saúde, pelo 0800 729 3534, opção 7.

Medidas devem ser mantidas 

Durante a campanha de imunização contra a covid-19, um dos alertas feitos aos vacinados é sobre a necessidade de manter os cuidados preventivos, como orienta a Sociedade Brasileira de Imunização (SBIm).

De acordo com especialistas, em média, o tempo mínimo para que o sistema imune possa dar respostas mais concretas contra a presença de qualquer patógeno é de 14 dias após receber a primeira dose da vacina. No entanto, cada imunizante tem seu próprio tempo médio para ativar o sistema imunológico, conforme descrito por seus fabricantes.

A AstraZeneca é capaz de atingir uma eficácia geral de proteção da ordem de 76% 22 dias após a aplicação da primeira dose. O percentual pode superar os 82% após a pessoa receber a segunda dose, de acordo com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por produzir a vacina, no Brasil, em parceria com a farmacêutica e a Universidade de Oxford.

Já a CoronaVac necessita, em geral, de duas semanas após a segunda dose para que a pessoa esteja protegida, já que esse é o tempo que o sistema leva para criar anticorpos neutralizantes que barram a entrada do vírus nas células, conforme esclarece o Instituto Butantan, parceiro do laboratório chinês Sinovac no desenvolvimento da vacina.

Ainda segundo o Instituto, uma quantidade maior de anticorpos pode ser registrada até um mês após o fim da vacinação, também variando de indivíduo para indivíduo.

De acordo com a infectologista da Secretaria da Saúde de Aracaju, Fabrízia Tavares, mesmo as pessoas vacinadas ainda precisam se atentar para a continuidade dos cuidados. Isso porque, explica a especialista, para atingir a imunidade coletiva, será necessário vacinar mais de 70% da população.

"Por isso, ainda não estamos no momento de relaxar as medidas preventivas. Temos visto, com o início da campanha de vacinação, uma percepção de que já finalizamos o período de pandemia ou que não precisamos mais tomar as medidas de precaução, mas é uma falsa sensação de segurança. Para que a vacina seja realmente eficaz, ela precisa que grande parte da população esteja vacinada para que exista a eficácia garantida", pondera a infectologista.

Além disso, completa Fabrízia, a vacina não garante a esterilização, ou seja, a não transmissão do vírus, "ela protege contra o adoecimento, a morbidade". "Portanto, temos que manter todas as medidas orientadas”, pontua, ao acrescentar que “o isolamento social faz parte das medidas que devem permanecer, junto com o distanciamento, junto com a lavagem constante das mãos, uso correto de máscara e álcool em gel”.