As primeiras doses da vacina contra a covid-19 da Pfizer/BioNTech chegarão ao Brasil no dia 29 deste mês. Segundo o Ministério da Saúde, a previsão da fabricante é que a primeira remessa de imunizantes será de 1 milhão de doses. Ela faz parte do quantitativo de 2 milhões de doses que o governo federal conseguiu antecipar, em anúncio feito anteontem (14).
No total, o governo brasileiro tem a previsão da Pfizer de entrega de 15,5 milhões de doses para os meses de abril, maio e junho. Em março, o Ministério da Saúde assinou um contrato com a farmacêutica americana para a aquisição de 100 milhões de doses.
O primeiro milhão de doses chegará no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP).
Com a chegada das doses, a vacina da Pfizer se juntará aos dois imunizantes contra a covid-19 aplicados no Brasil atualmente: a CoronaVac, envasada pelo Instituto Butantan, e a vacina da AstraZeneca/Oxford, produzida pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).
Até o momento, a grande maioria das doses aplicadas no país são da CoronaVac. De acordo com dados da pasta chefiada pelo ministro Marcelo Queiroga, 82,6% das doses usadas na campanha nacional de vacinação contra a covid-19 são produzidas pelo Butantan.
Já a vacina da Pfizer foi a primeira no Brasil a ter uma autorização de uso definitivo autorizada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), ainda em fevereiro. O imunizante ajudará a impulsionar a campanha de vacinação, que vem sofrendo com a falta de doses.
Brasil negou 1ª proposta
Antes do acordo que confirmou a aquisição de 100 milhões de doses, a negociação com a Pfizer estava emperrada porque o governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) não concordava com as cláusulas que isentam a farmacêutica de responsabilidade por efeitos colaterais.
A primeira proposta foi feita em 15 de agosto do ano passado para a entrega de 70 milhões de doses ao Brasil a partir de dezembro de 2020.
"Isso tudo obviamente faz com que a gente não consiga contratar a Pfizer", chegou a afirmar o então ministro da Saúde, Eduardo Pazuello. "Queremos que a Pfizer nos dê o tratamento compatível com o nosso país, amenize essas cláusulas. Não podemos assinar dessa forma", acrescentou.
Em dezembro, Bolsonaro ironizou o imunizante: "Lá no contrato da Pfizer, está bem claro: nós [a Pfizer] não nos responsabilizamos por qualquer efeito colateral. Se você virar um jacaré, é problema seu".
Um estudo feito em Israel com 1,2 milhão de pessoas mostrou que a vacina contra a covid-19 da Pifzer/BioNTech tem 94% de eficácia em prevenir a doença de maneira sintomática e de 92% em evitar casos graves.
Fonte: UOL