Uma das eleições mais importantes para definir os destinos da saúde em um município é a escolha de vereadores e prefeitos. As escolhas de um bom prefeito e de vereadores que tenham uma boa visão de saúde pública, para beneficiar a população, são fundamentais para enfrentar os diversos problemas, ainda mais agora na situação da Pandemia da Covid-19. Existem outras pandemias com a do HIV, a Sífilis em adultos e crianças e a Hepatite C.
Dezenove municípios sergipanos recebem, desde o ano de 2.014, do Ministério da Saúde, recursos específicos para ações de vigilância em saúde e prevenção às IST – Infecções Sexualmente Transmissíveis. Cada município brasileiro ficou com a responsabilidade de elaborar um plano de ação e cada estado ficou com a responsabilidade de realizar supervisões das ações.
É importante que cada prefeito inclua nas prioridades, o enfrentamento à Aids que continua tendo um diagnóstico tardio por falha na atenção primária, bem como as falhas que estão ocorrendo no pré-natal, levando ao nascimento de 300 a 400 crianças por ano, acometidas pela sífilis congênita, com sequelas e até o óbito. A Hepatite C, que já existe tratamento e cura, está sendo subnotificada, embora os testes rápidos estejam disponíveis na atenção primária.
Vejam que tudo gira em torno da melhoria na atenção básica, com maior valorização dos profissionais de saúde e melhores condições de trabalho. E da escolha de um bom Secretário Municipal de Saúde, comprometido com a saúde pública municipal.
Com a Pandemia da Covid-19, tudo ficou mais difícil: existem “futuros gestores” que possuem uma visão equivocada sobre esse grave problema de saúde pública mundial. A visão equivocada de minimizar as mortes e negativar a Pandemia da Covid-19, leva a tomada de decisões que repercutem não apenas na infecção pelo novo coronavírus, como também para os outros problemas sanitários municipais.
O momento é oportuno para solicitar aos candidatos que apresentem propostas para ampliar a oferta dos testes rápidos, melhorar a qualidade do pré-natal e a notificação dos casos das IST, produzir material educativo, ampliar a cobertura das equipes de saúde da família, desenvolver ações de prevenção nas próprias Unidades de Saúde, apoiar e acompanhar as pessoas vivendo com HIV/AIDS, realizar parceria com as secretarias municipais de educação para a implantação/implementação do Programa Saúde na Escola, articular com os sindicatos locais, ações de prevenção e oferta dos testes, e com as Secretarias de Ação Social para realizar ações junto ao bolsa família e junto às pessoas que vivem com HIV e estão em situação de pobreza no município, além de facilitar o acesso das populações mais vulneráveis aos serviços ou levar os serviços até elas.
Almir Santana, médico sanitarista