Na noite da última terça-feira, 27, a candidata ao Governo de Sergipe, Niully Campos (PSOL) participou do debate da TV Sergipe, onde apresentou suas propostas para o eleitorado do Estado. Dividido em quatro blocos, o debate abordou temas livres e assuntos determinados pela equipe de jornalismo da emissora.

Única mulher na disputa, Niully mostrou mais uma vez que possui a capacidade necessária para governar Sergipe, sendo a única candidatura de esquerda e progressista. Ao ser questionada sobre seus projetos para a educação do Estado, Niully enfatizou que a valorização dos professoras e professores, além da modernização das escolas, da Capital e dos municípios, será um dos principais compromissos do seu mandato.

“A Educação em Sergipe apresenta um cenário caótico. O governo de Sergipe atual desmontou a carreira dos professores e professoras. Sou professora e filha de professora, e o compromisso imediato da nossa gestão, como governadora, será garantir uma comissão paritária, formada com os professores e professora, a partir do SINTESE e do nosso governo, para que a gente possa reestruturar a carreira do magistério. Sem valorizar os professores não dá pra construir uma educação de qualidade. Precisamos mudar a lógica de gestão da educação em Sergipe, não apenas a gestão das escolas, que precisa ser democrática, mas, a gestão da própria educação, dos conselho, a participação dos estudantes, professores e professoras com foco em garantir a ampliação técnica e a reestruturação das escolas, para chegarmos a todo o interior de Sergipe. só assim para que nossos estudantes não tenham que sair de suas cidades para estudarem na Capital. Vamos garantir educação em tempo integral, mas, também escolas em tempo parcial, reconhecendo as necessidades e a realidade dos estudantes sergipanos. Vamos investir em tecnologia, para que a educação em tempo integral não seja só slogan de eleição, e sim uma educação que proporcione ao aluno a possibilidade de modernização, tecnologia, cultura, arte, dança. Queremos uma escola aberta à comunidade e uma educação antirracista”, explicou Niully.

Questionada sobre o plano de desenvolvimento para a Deso se tornar uma empresa eficiente, que leve água a todos os sergipanos e sergipanas, Niully pontuou que a sua primeira decisão enquanto governadora será anular o que Belivaldo fez com a Deso. “Não vamos permanecer com esse programa de desestatização, que tem sido proposto por Belivaldo. Vamos garantir o fortalecimento da Deso, como uma empresa pública capaz de se tornar um foco de investimentos nas áreas públicas de Sergipe. O Sindicato da Deso se reuniu conosco e nos mostrou os estudos técnicos com toda a capacidade da Deso. Basta gestão de qualidade, investimentos e um olhar que mude a lógica do orçamento em Sergipe. Se a gente fortalece a Deso, nossa população vai parar de passar sede, nossa gente terá água nas torneiras. O governo Belivaldo gastou milhões em um único município, quando na verdade poderia com esse dinheiro ter encerrado a obra da adutora do Sertão. É preciso mudar o formato de gestão da Deso, fortalecendo o serviço público, fortalecendo os servidores e servidoras. Vamos fazer, de fato, a ampliação da capacidade da Deso, para que a empresa entregue água de qualidade ao povo sergipano”, informou.

Ao tratar sobre as rodovias sergipanas, Niully pontuou as dificuldades que ela presenciou ao visitar os rizicultores sergipanos, que sofrem para escoar suas produções. “Em Sergipe notamos a incompetência na aplicação do dinheiro público. O governo de Sergipe já garantiu cerca de 400 milhões em empréstimos para a recuperação das estradas, mas, até o momento atual não vimos isso acontecer. É preciso saber onde está esse dinheiro, pois Sergipe está nos piores índices de transparência do Brasil e nas piores posições no quesito transparência internacional. Temos estradas esburacadas e estragadas, com abandono por parte do governo atual. É preciso essa maneira de administrar o governo do Estado, e isso passa, necessariamente, por não elegermos quem representa a continuidade deste governo e, principalmente, quem representa um governo bolsonarista, por exemplo. É preciso mudar a lógica de investimento em Sergipe e é preciso investimentos com transparência e responsabilidade”, disse a candidata ao governo.

Niully rebate Delegado Alessandro

A psolista indagou ao delegado Alessandro o fato dele ter chamado-a de machista (num debate anterior), fato este ocorrido simplesmente porque Niully questionou as alianças do delegado. “A candidata ao senado, na chapa de Alessandro fez aliança com candidatos que foram investigados por ela própria, que ela mesma indiciou como praticante de corrupção. E neste contexto, Alessandro permaneceu calado, o que demonstra incoerência da parte dele. O comportamento de Alessandro é típico do machismo estrutural, que tenta se apropriar das pautas feministas e que tenta acusar, nós mulheres, de comportamentos machistas. Isso acontece porque o candidato não consegue explicar suas próprias contradições. O meu questionamento foi simplesmente o apoio do delegado Alessandro à candidatura de Daniela ao senado, sendo que a mesma fez aliança com quem ela combateu, indiciou e pediu prisão. Eu questionei as contradições de Alessandro e ele não respondeu, optando por um discurso machista. Alessandro precisa pensar sobre a lógica machista que ele pratica e, acima de tudo, precisa dizer a verdade ao povo, confessando que ele apoia candidato que é acusado de corrupção sim”, enfatizou.

Niully Campos finalizou sua participação no debate fazendo um breve comentário sobre a importância das mulheres se apoiarem e votarem em mulheres também. “Temos aqui os mesmos homens, que sempre comandaram o Estado. Sou mãe, filha de professora, neta de dona Didica do doce da Capela. Aprendi a ser forte com as mulheres da minha casa, aprendi a ser forte com as mulheres que constroem todos os dias a luta política e a luta de vida do povo de Sergipe. Os demais candidatos nunca colocaram a mulher como o tema central de suas propostas políticas e não acredite que farão isso agora. Queremos um Sergipe justo, humano, desenvolvido, um Sergipe socialmente justo e que seja capaz de olhar para as mulheres e colocá-las no centro de toda a política pública e desenvolvimento do Estado. Não pode entregar mudança quem representa a política de atraso, sendo a continuidade de Belivaldo; não pode entregar mudança quem esteve no governo até pouco tempo; não pode ser a mudança quem representa o ódio do bolsonarismo e também não pode ser a mudança quem posa de super-herói. Os nossos problemas são graves e precisam ser resolvidos coletivamente. Peço que a população de Sergipe olhe nossas propostas com carinho e que no dia 2 de outubro vote Niully 50, para Sergipe ter sua primeira governadora”.