O senador e pré-candidato ao governo do Sergipe, Rogério Carvalho (PT), fez uma análise e sugeriu apontamentos para que o estado possa superar a grave crise econômica, que tem colocado Sergipe na terceira maior média de desemprego no Brasil, com uma taxa de desocupação de 14,9%, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados em maio de 2022.

“Sergipe parou no tempo. Diante da inércia da atual gestão para enfrentar as crises econômica, social e sanitária que assolam o país no governo Bolsonaro, o estado vivenciou a escalada da pobreza e da fome. Cerca de 352 mil famílias sergipanas se encontram em situação de vulnerabilidade por insuficiência de renda. A economia do estado opera com capacidade ociosa, alto nível de desocupação e subutilização de mão de obra. A subutilização da mão de obra acelerou de forma dramática, atingindo um patamar de 38,6% em 2022, ante 25,3% em 2015, um percentual superior à média nacional de 23,2% e da região Nordeste de 35,7%”, pontuou Rogério Carvalho.

Os números indicam que cerca de 200 mil sergipanos não têm carteira assinada, reflexo também da grave crise econômica que o Brasil vive nos últimos anos. Seguindo a mesma linha, o IBGE também expôs que 53,6% dos sergipanos estão na informalidade, o que coloca o estado na sexta posição do ranking nacional.

Como se não bastasse a falta de emprego, o Novo Mapa da Pobreza, levantamento feito pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgado em junho deste ano, colocou Sergipe como quinto estado brasileiro com o maior número de famílias pobres do Brasil.

De acordo com a pesquisa, 48,17% da população sergipana têm renda domiciliar per capita de até R$ 497,00 mensais. O levantamento ainda demonstrou que, entre os anos de 2019 e 2021, 9,6 milhões de brasileiros entraram na linha de pobreza. Ao todo, 62,9 milhões de brasileiros vivem com menos de R$ 500,00 por mês.

Para se ter uma ideia da gravidade da situação vivida pelos sergipanos, a renda domiciliar per capita registrada em 2021 foi de R$ 1.596,00. O resultado, conforme apontou o IBGE, representa o menor índice desde o início da série histórica, em 2012, quando a população do estado, em média, tinha uma receita de R$ 1.784,00. Na comparação com os números nacionais, Sergipe também registrou uma grande diferença, pois dados demonstram renda per capita de R$ 2.265. Ou seja, em média, o sergipano vive com quase R$ 700,00 a menos que os demais brasileiros.

Desalento

Por conta disso, o petista denuncia que os sergipanos estão em “estado de desalento” e desistiram de procurar emprego, principalmente os jovens. “Em Sergipe, essa taxa mais do que dobrou entre 2015 e 2022, de 4% dos jovens de 14 anos ou mais na força de trabalho para 8,3% em 2022, bem acima da média atual do país de 4,1%. O crescimento econômico que Sergipe se encontra é de paralisia, sem sinais de recuperação”, disse.

Rogério ainda analisou o PIB sergipano. “Uma breve análise histórica mostra a estagnação de alguns setores da economia e até a retração de atividades econômicas nesses últimos anos. Os setores que mais retraíram foram a indústria, a agropecuária, e no setor de serviços, o comércio foi o mais afetado. Esse diagnóstico revela a necessidade de uma política de desenvolvimento para Sergipe. Para tanto, além de políticas públicas, são requeridas parcerias com o setor produtivo, para integrar o Estado de Sergipe no contexto de um projeto de soberania nacional”.

Como mudar?

Para mudar essa realidade, o senador Rogério Carvalho defende ações que ampliem a participação popular e resgatar os sergipanos do “grave momento histórico” que o estado passa. “Temos um projeto inovador do tamanho dos nossos desafios. Vamos nos juntar nesse esforço de reconstruir o nosso estado, promovendo emprego, renda, desenvolvimento sustentável, preservação ambiental, estabilidade, democracia, autoestima e esperança para o nosso povo”, reforçou.

Valorização da agricultura

Rogério Carvalho acredita que é muito importante priorizar o incentivo à agricultura sustentável com ênfase na inclusão de agricultores familiares, diversificação da produção agrícola e focar na produção da agricultura familiar para, com isso, estimular a pluriatividade agrícola, e a valorização do produto in natura, a exemplo de queijos, doces, artesanato, turismo rural, gastronomia, entre outros.

O pré-candidato ao Governo de Sergipe visa estabelecer algumas medidas para promover o setor e a segurança alimentar em acordo com as normas sanitárias da cadeia produtiva, atendendo a regularização fundiária como política agrícola estadual e criando ações com foco na distribuição de sementes certificadas para os pequenos produtores rurais.

“Temos foco no planejamento de disponibilização de máquinas e equipamentos agrícolas para o preparo dos solos. Assegurar assistência técnica pública e gratuita. Viabilizar a infraestrutura produtiva como silos, unidades de beneficiamentos e processamentos de grãos, além da parceria com a CONAB para armazenamento e subsídios nos preços. Garantir renda e regularizar o abastecimento durante períodos críticos de estiagem. Além de cuidar da Bacia Leiteira do Sertão. Aumentar o alcance de Programas como PAA – Programa de Aquisição de Alimentos, Leite, Mais Palma para o Sertão e Melhoramento Genético de Matrizes Leiteiras, Queijaria e outros elos da cadeia produtiva de leite e derivados em Sergipe”, comentou.

Cadeia produtiva

Também nas medidas de incremento econômico, o senador Rogério Carvalho pensa em trabalhos direcionados ao desenvolvimento da aquicultura e da pesca, e no desenvolvimento da cadeia de produção e fornecimento de carnes.

“Precisamos melhorar o modelo de gestão dos matadouros, além buscar por inovações tecnológicas nas estruturas físicas se faz necessário e urgente. Também pensamos em criar um programa estadual de indicação e procedência de origem. Identificar e especificar os produtos que carregam as marcas específicas do estado de Sergipe, a exemplo da carne-de-sol, caranguejo, queijadas de São Cristóvão etc. O objetivo é tornar como política pública a metodologia do território do Sealba, que é a região que envolve os estados da Bahia, Alagoas e Sergipe, englobando 171 municípios. Aqui no estado, esse planejamento envolve os municípios do agreste e tabuleiros costeiros, e cerca de 69 municípios, que são localidades com potencial para produção de grãos e sementes”, detalhou.

Fomento à indústria

Como solução dos problemas ocasionados após o declínio econômico provocado pelo encerramento de atividades da Petrobras em Sergipe, o senador Rogério Carvalho diz que é necessário estimular o crescimento da indústria sergipana com o objetivo de gerar emprego e renda à população.

“Nossa missão é aumentar a participação do setor industrial na composição da riqueza estadual e dos municípios. Para isso, pensamos em implantar uma nova planta de tratamento de gás com uma nova refinaria de petróleo e uma nova planta de fertilizantes nitrogenados através de parcerias públicas e privadas. Como consequência disso, buscaremos estimular o uso do gás natural como fonte de energia para atrair indústrias, sobretudo no interior sergipano, promovendo a desconcentração da riqueza, do emprego e do consumo”, detalhou.

Rogério Carvalho propõe também a exploração de matérias-primas, como silvinita, carnalita, calcário, argila, areias, rochas e petróleo e gás. “Vamos propor soluções de viabilização em novos projetos e a retomada de projetos suspensos. E, ainda, buscar ampliar a produção de cimento e retomar os estudos dos impactos das detonações nas bancadas de calcário nas estruturas dos poços de petróleo e gás, e assim disponibilizar novas áreas para mineração”, acrescentou.

Inovação e tecnologia

Os investimentos na economia de um estado, na opinião do senador Rogério Carvalho, devem, prioritariamente, ser pensados conforme a evolução tecnológica daquilo que o mercado exige. Neste ponto, ele acredita que é imprescindível a aplicação de políticas públicas voltadas ao financiamento e contratação de serviços e produtos atrelados à inovação dos empreendimentos com base tecnológica. “Dentro disso, buscaremos promover a produção de mudas de boa qualidade bem como produzir insumos biológicos de inimigos naturais, ambas para a produção agrícola sergipana. Paralelamente a isto, vamos buscar induzir à formação empreendedora através de nichos de mercado voltados às micro e pequenas empresas para, desta forma, implantar uma política efetiva de incentivo e apoio às empresas de base tecnológica, em particular as startups, tendo como instrumento a Lei Estadual de Inovação (Lei 6.794)”, revelou.

Estímulo ao turismo

Sergipe tem um grande potencial turístico, contudo, na visão do senador Rogério Carvalho, poucos são os investimentos para melhor engrandecer os destinos presentes no estado. “Priorizar o turismo, com foco na geração de emprego e renda, bem como na elevação do PIB de Sergipe, é fundamental para todos nós. É preciso pensar em toda a cadeia que envolve o segmento, a exemplo de alojamentos, alimentação, transportes, aluguel de veículos, agências de viagens, cultura e lazer. Para isso, planejamos consolidar o nosso turismo de acordo com as belezas naturais e identidade cultural que temos. Para que tudo seja adequado e tenha funcionalidade, buscaremos elaborar um diagnóstico sobre o setor e mapear a cadeia de serviços e produtos e identificar as oportunidades para os pequenos e médios negócios”, informou.

“Dentro dessas ações, vamos capacitar os profissionais do setor para que, junto aos prestadores de serviços ligados à hotelaria, operadores dos serviços de transporte, áreas temáticas, atendimento, aspectos históricos, culturais e geográficos dos destinos, noções básicas em idiomas estrangeiros, tenhamos uma maior ampliação na qualidade do que se é ofertado pelo nosso estado”, complementou.

Banco do Estado

“O Banco do Estado de Sergipe precisa ser o grande indutor do desenvolvimento. Não deve atuar apenas como um banco privado, mas, como uma agência de fomento, varejista de crédito, investimentos em estruturas de apoio, produção e comercialização de produtos com alto valor agregado”, afirmou o senador Rogério Carvalho.

Com essa defesa, o pré-candidato revela que o Banese precisa ser um “agente efetivo da promoção do desenvolvimento de Sergipe”. “Isso é possível através da ampla oferta de microcrédito produtivo orientado; da reativação e capitalização do Fundo de Aval, facilitando o acesso ao crédito pelos micros e pequenos empreendimentos. Também vemos como possível a viabilização de investimentos que diminuirão os gargalos estruturantes das cadeias produtivas prioritárias de Sergipe, a exemplo do leite e derivados, agricultura, aquicultura e pesca, cerâmica, petróleo e gás natural, e fertilizantes. Além de, ainda nesse sentido, criar linhas de crédito para o fomento aos pequenos e médios empreendedores, trazendo o apoio aos pequenos negócios para que renegociem suas dívidas e tenham a possibilidade de acesso a microcréditos com foco no crescimento da ocupação formal do comércio sergipano. Como, ainda, promover a facilitação ao acesso ao crédito da produção agropecuária e agroindústria”, concluiu.