O candidato ao Governo do Estado, Rogério Carvalho (PT), participou, nesta terça-feira, 30, de um debate promovido pelo Fórum Empresarial de Sergipe, realizado em Aracaju, que reuniu cerca de 200 empresários sergipanos para dialogar sobre as propostas para melhorar o setor produtivo.
De acordo com o escolhido por Lula, inicialmente, seu plano de Governo parte do pressuposto de que o “nosso Estado está com sua economia estagnada, porque perdemos grande parte da geração de riqueza, como o petróleo, gás e a indústria cimenteira”. “Tivemos um crescimento na área agrícola, mas perdemos na pecuária. E estamos com pouca capacidade de transformação dessa riqueza gerada pelos médios e pequenos produtores, que são a maioria”, explicou.
Por essa razão, Rogério Carvalho disse que “os desafios são muito grandes, considerando que somos um dos estados mais ricos da região Nordeste, porque nós temos gás, petróleo, calcário e terras férteis do litoral ao sertão”.
“Considerando tudo isso, não é aceitável que estejamos, hoje, com o maior índice de desemprego da região Nordeste, não é aceitável que nossa renda per capita tenha caído tanto e não é aceitável essa paralisia e esse atraso tecnológico que estamos enfrentando do ponto de vista da produção e da diversidade de matriz produtiva”, discorreu.
Como forma de solução, o futuro governador defendeu a criação de “uma indústria local forte e agregada à cada região àquilo que é vocação regional”. “Assim, podemos melhorar a renda per capita, a circulação de dinheiro, e consequentemente gerar emprego e renda”, afirmou.
“Precisamos fomentar a economia do Centro de Aracaju”
Em um dos momentos do debate, Rogério Carvalho criticou a retirada de alguns órgãos públicos da região central de Aracaju, a exemplo da Secretaria de Estado da Saúde (SES). Essas mudanças, segundo ele, afetaram diretamente a circulação de pessoas na região e, por conseguinte, trouxeram impactos ao comércio local.
“Isso foi muito ruim para o centro comercial de Aracaju, por isso tenho a pretensão de devolver para a região a maioria dos órgãos públicos do Estado. Nós temos o prédio Estado de Sergipe, que é o Maria Feliciana, temos o prédio que era o Ministério Público do Estado de Sergipe e o Palácio Serigy, tudo no Centro, e que têm a capacidade de abrigar 60% ou 70% das secretarias do Estado, com conforto e qualidade, restabelecendo a circulação de pessoas”, disse.
No entendimento de Rogério, algumas edificações da região central também podem, num planejamento futuro, ser pensadas como opções para moradias de pessoas em situação de vulnerabilidade socioeconômica. Contudo, para isso, será necessário alguns “estudos específicos”.
“O correto é, no futuro, pensar que, onde tem infraestrutura de transporte e de esgotamento sanitário, abrigar moradores. Mas isso é um estudo que precisa ser feito, no futuro, para alguns prédios, como o do INSS e do Hotel Palace, que podem cumprir a função de serem residenciais populares dentro de uma lógica de parceria público-privada”, comentou.
Revitalização do Centro
Outra proposta defendida por Rogério Carvalho e que, em sua visão, contribuirá com o desenvolvimento econômico da capital, envolve a necessidade de revitalizar o Centro de Aracaju.
“O Centro da cidade precisa ser revitalizado, como acontece em todos os lugares do mundo que querem investir em turismo. Essa é uma das questões centrais. Mas isso tudo só vai se materializar se tiver dinheiro circulando, se tiver emprego e renda. Se a gente modificar as nossas matrizes produtivas, transformando e gerando riqueza de Sergipe em Sergipe”, pontuou.
E, dentro dessa perspectiva de planejamento, o futuro governador trouxe o retorno das atividades da Petrobras como fator preponderante para o processo de desenvolvimento que Sergipe precisa.
“Se a gente começar a produzir 120 mil barris de petróleo aqui, com certeza, vamos ter mais pessoas consumindo no comércio, no centro, nos shoppings. Se a gente começar a produzir 8 milhões de metros cúbicos de gás por dia, e com empresas dando suporte à essa produção, com certeza, teremos 30 ou 40 mil pessoas com mais renda, mais emprego e fazendo girar o comércio”, assegurou.
Ele também detalhou os porquês desse pensamento. “O que faz girar o comércio é a circulação do dinheiro e a economia aquecida. Com todos os setores agregando valor àquilo que se produz. Como a transformação do milho em proteína animal, o camarão sendo beneficiado aqui e a nossa piscicultura sendo transformada aqui”, detalhou.
“Acredito que o Governo tem que ter o foco voltado ao desenvolvimento econômico. Sem focar nisso, não mudaremos os demais setores. Essa é uma máxima que o nosso governo quer implementar”, completou.
Foco no desenvolvimento econômico
“Precisamos tocar as cadeias produtivas e criar as autoridades gestoras de cadeias produtivas para que, junto com os produtores e com os segmentos, possamos fazer um planejamento e colocar recursos como, por exemplo, do Banco do Estado”, informou Rogério, reforçando a necessidade de transformar o Banese em agente fomentador de crédito.
“Temos um banco que tem capacidade de alavancar recursos, criar um fundo garantidor com recursos e créditos para o fomento e financiamento de milhares de projetos, como empreendimentos de diversos setores de acordo com a cadeia produtiva”, relatou.
E esse tipo de medida, de acordo com Rogério Carvalho, implica numa série de pesquisas voltadas ao alinhamento industrial com a cadeia produtiva, modificando o arranjo empresarial para cada setor.
“A gente precisa ter um órgão focado em cada cadeia produtiva com os agentes produtivos participando do planejamento para que a gente possa transformar a economia do nosso estado”, propôs.
“É preciso agregar valor às cadeias produtivas”
Questionado sobre como realizará as ações de fomento econômico e desenvolvimento industrial, Rogério Carvalho disse que “para a gente mudar a realidade da nossa economia, precisamos agregar valor a tudo que a gente produz”.
“Quando exporta milho in natura você está exportando emprego, com o camarão a mesma coisa. Quando não tem como beneficiar o peixe, você perde o peixe para o gelo. É preciso que a gente tenha uma agroindústria forte, agregada aos diversos setores produtivos da atividade primária”, especificou.
Rogério ainda acrescentou revelando que “precisamos pensar em setores como, por exemplo, a cidade de Itabaiana, que já tem uma tradição na área metal e metalúrgica, por que produz carroceria, segundo eixo e terceiro eixo e não tem uma montadora de carreta de caminhão que é pura commodities? Por que não temos a capacidade de usar e fazer diferente?”
Transporte público
Um dos assuntos que mais causam questionamentos à população tem relação com a precariedade do transporte público da capital e Grande Aracaju. Nesse aspecto, Rogério falou que “não dá para concebermos o transporte público da região metropolitana, sem um consórcio ou sem uma instância que possa regular o transporte para toda a região”.
“Além de ter essa agência de gestão, precisamos pensar o quanto esse transporte precisa ser subsidiado, porque não é possível que, com a quantidade de passageiros, com as exigências ambientais e de conforto que se colocam para as empresas, somente a tarifa possa cobrir tudo”, externou.
E esse apoio às empresas, conforme apontado por Rogério, pode ser feito “como subsídio de isenção tributária ou como aporte de recursos extra para garantir que o transporte funcione com qualidade”.
“Mas, para isso, é preciso ter gestão, precisa ter automação e modernidade na forma como registra a circulação e movimentação de passageiros. Além disso, defendo que o estudante não pague transporte. E isso não é para ir para a conta do transportador ou da tarifa, mas para a conta do Governo, do Fundeb. Porque um estudante que tem autonomia para ir para escola, para uma atividade esportiva ou cultural, que seja extracurricular, esse estudante está incorporando novas linguagens e terá novas oportunidades na vida”, complementou.
Portanto, prosseguiu Rogério, se faz necessário “pensar o transporte público como um bem a serviço do bem-estar de toda a sociedade”. Já existem cidades, como Caucaia, no Ceará, e Maricá, no Rio de Janeiro, que não cobram transporte e acabam sendo algo que já está representado no custo da operação da cidade através de outras fontes de financiamento”, exemplificou.
Alinhamento das ações junto ao Governo Federal
Todos os projetos e ações explanados por Rogério Carvalho durante o Fórum se conectam com a importância de um alinhamento com o Governo Federal. Por isso, ele pontuou sobre a necessidade de o Sergipe ter um governador que, realmente, tenha diálogo com o futuro presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“O desenvolvimento de Sergipe passa por um alinhamento com uma política nacional de reinvestimento na atividade de petróleo, gás e mineração. Podemos ter quase dez vezes o montante do que já produzimos no pico de produção de petróleo, mas isso só será possível em parceria com um presidente que faça investimentos públicos para transformar a Petrobras e outras estatais, alavancando o desenvolvimento econômico, como já foi em um tempo recente do nosso país”, descreveu.
“É preciso mudar a realidade econômica do nosso Estado”
As questões apresentadas por Rogério Carvalho como soluções para a situação que Sergipe se encontra, indicam a capacidade de gestão já demonstrada pelo escolhido por Lula em funções desempenhadas ao longo de sua trajetória política e profissional.
Por isso, ele acredita que, ao colocar todo o planejamento em prática, conseguirá “mudar a realidade econômica do nosso estado”. “Se a gente muda a realidade econômica, aumenta a capacidade produtiva, se o setor empresarial, turismo, agricultura, construção civil se desenvolvem, vai circular dinheiro, a área de serviços se beneficia e se torna um círculo virtuoso que precisamos ter aqui no estado”, explicou.
“Esse é o compromisso do nosso governo. Por isso quero ser governador de Sergipe, para colocar Sergipe no eixo do desenvolvimento. Porque o nosso compromisso é com um Estado enxuto, dando respostas imediatas, desburocratizado e na mão do cidadão. Sergipe será um Estado que atenda ao interesse público e não de uma pequena minoria”, concluiu.
Fonte: Assessoria de Comunicação
Fotos: Janaína Santos/Assessoria de Comunicação