Advogados se reúnem para debater desafios no exercício da profissão
Os advogados Clara Machado e David Garcez mediaram o debate que resultou na criação da Frente da Advocacia Sergipana
Os desafios no exercício da advocacia sergipana foram o tema central de um encontro realizado na noite desta quinta-feira, 18, na sala de convenções do Neo Office Jardins, em Aracaju, com a presença de aproximadamente 60 advogados. Mediado pela advogada e professora, Clara Machado, e pelo advogado e também professor, David Garcez, o debate resultou na criação da Frente Sergipana da Advocacia.
A mobilização tem como objetivo principal a preservação e o fortalecimento dos princípios que regem a profissão. “Trata-se de uma iniciativa importante para que possamos ouvir os anseios da advocacia. Há um sentimento comum de que ela anda desprotegida e, por isso, nossa missão é também discutir e avaliar de que forma podemos protegê-la no intuito de que mantenham o seu protagonismo na defesa social, dos clientes e do cidadão”, explicou David Garcez.
Outro ponto importante discutido no evento foi a formação e a capacitação dos profissionais para que estejam preparados para enfrentar os desafios da prática jurídica. “Precisamos de um olhar direcionado para a educação porque os jovens advogados devem ter noção do papel que exercem, que está previsto na Constituição. É necessário ter consciência da importância das suas prerrogativas para o pleno exercício da profissão. Além disso, também precisamos analisar os cenários e discutir o modo como esses jovens advogados estão sendo tratados durante o seu trabalho”, pontuou o advogado, David Garcez.
União
De acordo com a advogada e professora, Clara Machado, a união entre os advogados é importante para garantir que seja protegido o direito de defesa, um dos pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito. “Vivemos um momento difícil na advocacia, um cenário de muita desvalorização e desrespeito. Por isso, é necessário união para a formação de uma Frente em Defesa da Advocacia e a construção de um debate com os próprios advogados. É preciso discutir e combater as situações de violações de direitos e analisar sobre propostas e perspectivas do que pode ser feito diante desse cenário”, destaca.
Advogado criminalista, Arthur Irwin, participou do debate e reforçou a importância de discutir a realidade enfrentada pela advocacia. “O que nós, advogados criminalistas, estamos sentindo é um desamparo com relação à nossa defesa, diante de violações e violências nas delegacias. Entendemos a importância da OAB/SE e o seu papel fundamental de junto ao advogado e às instituições públicas, com firmeza e força, impondo as condições e prerrogativas legais”.
Para o advogado Jeimy Remir, o encontro com colegas advogados foi bastante oportuno para demonstrar as dificuldades enfrentadas por cada um e para compartilhar os anseios por uma advocacia forte e atuante.
“Fiquei entusiasmado em ver colegas se somando para um bem comum e, ao mesmo tempo, triste ao ouvir os relatos de violação de direitos nas diferentes atuações de trabalho. Sem sombra de dúvidas, precisamos sim debater as prerrogativas do advogado. Prerrogativa não é privilégio, é direito e, por isso, precisa ser muito bem aplicada e cumprida. O mantra que ecoou na reunião foi ‘conhecer, reagir e exigir’, pois todo advogado - sobretudo o jovem - precisa conhecer a Constituição do seu ofício, precisa saber reagir quando seu direito for violado e deve exigir o cumprimento do nosso Estatuto”.