Levantamento do MPT-SE mostra que casos se concentram em Aracaju, Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e Boquim

A menos de duas semanas para o primeiro turno das Eleições 2024, o Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE) já registra 15 denúncias de assédio eleitoral. O número coloca Sergipe entre os dez estados do país com maior número de denúncias.

A prática, que é considerada crime, envolve ameaças, coação, impedimento ou dificuldade ao livre exercício do voto no ambiente de trabalho. “É uma prática que viola direitos fundamentais e não podemos tolerar uma denúncia sequer. Por isso, antes mesmo do processo eleitoral, alertamos a sociedade, para que as pessoas tivessem consciência. O voto manchado pelo assédio eleitoral acima de tudo é ilegítimo. O candidato que faz isso não está legitimado a atender a população”, destacou o procurador do Trabalho Raymundo Ribeiro, que também é coordenador Regional da Coordenadoria Nacional de Promoção da Igualdade de Oportunidades e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade).

Em Sergipe, as denúncias recebidas pelo MPT foram registradas em Aracaju e nos municípios de Barra dos Coqueiros, Nossa Senhora do Socorro e Boquim. “Há casos de realização de reuniões no ambiente de trabalho, com visita de candidatos. Às vezes, determinado empresário, que também é candidato, utiliza o ambiente empregatício, que não foi feito para isso, para influenciar os trabalhadores. Isso acontece tanto na esfera privada, quanto na administração pública”, explicou o procurador.

Os casos de assédio eleitoral podem ser denunciados através do site do MPT-SE: prt20.mpt.mp.br; pelo telefone (79) 3194-4600 ou ainda de forma presencial, na avenida Desembargador Maynard, n. 445, no Bairro Cirurgia, em Aracaju. A população do interior sergipano pode procurar a Procuradoria do Trabalho do Município de Itabaiana, na avenida Otoniel Dórea, n. 445, no Centro da cidade. O procurador Raymundo Ribeiro reforça a necessidade de informar os casos ao MPT, para evitar que o direito do voto livre seja violado. “É um absurdo esse tipo de prática porque o dia da Eleição é o único momento, talvez, em que o pobre e o rico têm o mesmo poder: o voto. E é essa a mensagem que queremos deixar para o trabalhador: aquele que assedia, a resposta está pronta: não vote. Porque se ele pratica o assédio enquanto candidato, imagine se for eleito”, finalizou.