A concessão de exploração de petróleo e gás do campo Carmópolis, operado pela empresa Carmo Energy, deverá ser renovada por mais 27 anos. O anúncio de interesse foi feito pela diretoria da companhia durante reunião com o governador Fábio Mitidieri e o corpo técnico da gestão ocorrida nesta quinta-feira, 9. O intuito do encontro foi apresentar o plano de desenvolvimento, desafios e ações da empresa, responsável pelo polo Carmópolis, do qual o campo homônimo faz parte.

Além da continuidade da exploração no campo Carmópolis até 2052, a previsão é de que a Carmo Energy invista US$ 596 milhões no campo até 2032. Somente para 2023, a estimativa de investimento era de US$ 50 milhões. Desses, US$ 46 milhões já foram investidos. Quanto aos royalties, o total distribuído em 2023 foi de R$ 57.062.476,62, perfazendo uma média de R$ 6.340.275,18 por mês.

Para 2024, a expectativa é de que 26 sondas cheguem ao estado para que novos poços sejam perfurados. Dos 175 poços previstos para o campo Carmópolis, três já passaram por perfuração. De acordo com a diretoria da Carmo Energy, a perfuração de poços levará à geração de postos de trabalho.

Durante a reunião, o governador Fábio Mitidieri manifestou a relevância das operações exploratórias de petróleo e gás como vetor de desenvolvimento no horizonte econômico do estado. “O governo está de portas abertas à Carmo Energy. Somos parceiros e queremos ver a Carmo crescer e se desenvolver, porque é uma empresa importante para Sergipe. Este contato é salutar, porque traz boas notícias e informações precisas, de forma direta e clara”, disse.

O gerente regulatório da Carmo Energy, Philipe Passos, informou os alinhamentos da direção da companhia sobre Sergipe. "A diretoria fez a revisão dos planos de desenvolvimento de todos os campos, e votou de maneira favorável à extensão das operações no campo Carmópolis. Hoje, estamos em um patamar de produção semelhante ao de 2020, quando o polo estava sob controle da antiga operadora", detalhou.

Na ocasião, o representante jurídico da Carmo Energy, Alexandre Calmon, sublinhou o propósito da companhia em manter suas atividades no estado. "Fomos confrontados por diversas vezes com boatos de venda de ativos. Deixamos bastante claro que esta nunca foi a intenção da Carmo, já que as operações em Sergipe são fruto de cinco anos de trabalho", declarou.

Contexto

A Carmo Energy recebeu autorização da Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP) para entrar em operação em Sergipe em dezembro de 2022. O polo Carmópolis detém um dos maiores campos terrestres do Brasil e o mais antigo de Sergipe, o campo Carmópolis. Além dele, dez campos compõem o polo. A companhia também obteve acesso à infraestrutura de processamento, escoamento, armazenamento e transporte de petróleo e gás natural do polo.

A companhia integra o grupo internacional Cobra, e adquiriu em 2022 os campos terrestres desinvestidos pela Petrobras. Entre os ativos assumidos pela empresa está o Terminal Aquaviário de Aracaju (Tecarmo). O investimento é de pelo menos US$ 800 milhões no período de dez anos. Em menos de um ano de atividade, a empresa gerou mais de 3,3 mil empregos diretos e indiretos em todo o estado. Atualmente, a companhia gerencia no polo 3.674 poços, 26 estações coletoras e 350 quilômetros de gasodutos e oleodutos.

A Carmo Energy assumiu o polo Carmópolis com 477 poços ativos e uma produção de 3,8 mil barris diários de petróleo. As informações mais recentes, referentes a setembro de 2023, apontam uma produção próxima a 8,6 mil barris diários. A produção do polo tem alcance de 25 a 30 mil barris de óleo/dia.

Empregos

O chefe do Executivo estadual frisou à Carmo Energy o intuito de incorporar mão de obra sergipana à empresa. Nesse sentido, foi apresentado o Programa Primeiro Emprego, conduzido pela Secretaria de Estado do Trabalho, Emprego e Empreendedorismo (Seteem). O objetivo foi prospectar postos de trabalho e alinhar capacitações voltadas ao setor de óleo e gás.

Além da Seteem, estiveram representadas as secretarias de Estado da Fazenda (Sefaz); de Governo (Segov); do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), entre outros órgãos.