Segundo especialista, todo início de ano exige planejamento para dar conta dos diversos gastos e contas que chegam de uma vez 

Equilibrar as contas logo no início de ano pode não ser uma tarefa fácil, principalmente por se tratar de um período de muitas despesas. Diante desse cenário, e com 2024 batendo à porta, é importante ter mais disciplina com os gastos, já que, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) e a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), o percentual de famílias endividadas chegou a 77,4% em setembro de 2023.

De acordo com o economista especialista em gestão financeira, Augusto César Santiago Teixeira, docente do Centro Universitário Ages, instituição integrante do maior e mais inovador ecossistema de qualidade do Brasil: o Ecossistema Ânima, é imprescindível a pessoa se conhecer, conhecer os seus gastos, estar ciente do quanto se ganha e das despesas que possui. A partir disso é que haverá um direcionamento de organização de contas como IPTU, IPVA, água, luz, escola dos filhos, prestação da casa, entre outros.    

“Há pessoas que conseguem guardar um pouco de sua remuneração, outras gastam tudo que recebem, e há ainda aquelas que gastam mais do que são remuneradas. O consumidor precisa entender que é necessário gastar menos do que a sua remuneração. Em outras palavras, sonhar com um futuro melhor, porém, adquirindo o que seu capital pode proporcionar”, alertou o professor da Ages. 

Com o orçamento apertado é preciso elencar as contas prioritárias, conforme explica Augusto. “Posso ter um orçamento apertado, porém, possuir uma reversa, em que tiro todos os meses um pouco do dinheiro e guardo para o início do ano posterior. Preciso calcular qual gasto eu tive com IPTU, IPVA, matrícula escolar e material escolar em 2022, e, a partir desse valor, guardar um capital mensal para que em 2024 tenha o dinheiro para pagar à vista. Devemos colocar em prática para o ano seguinte e assim por diante”, ensina.   

  Confira abaixo outras dicas que o economista e educador financeiro preparou para começar o ano com o orçamento mais equilibrado:   

  IPTU e IPVA   

Tanto o IPTU quanto o IPVA são impostos anuais. O IPVA, no entanto, é pago de acordo com a placa do veículo. Assim, estando com poucos recursos, o ideal é que a pessoa se organize para pagar o imposto que está com o vencimento se aproximando.  

“Por outro lado, ambos têm desconto com pagamento adiantado. Por isso, para aqueles que têm remuneração, o ideal é guardar o 13º salário e utilizar para conseguir o pagamento desses impostos obrigatórios com desconto em 2024”, indica o especialista. 

Matrícula e material escolar   

Caso a escola seja particular e se tiver mais que um filho, uma dica é solicitar um desconto na mensalidade e fazer uma pesquisa do preço do material escolar, procurar convênios ou reunir vários pais para pleitearem desconto e conseguirem maiores prazos sem juros.    

  “Estando com poucos recursos, peça um pouco de prazo na escola, contudo, prazos que possa cumprir, pois a inadimplência desequilibra a estrutura familiar e da empresa. Não tendo condições em 2024, uma alternativa é o colégio público, daí há a possibilidade de organizar as finanças e voltar a escola particular em 2025”, orienta o economista.    

Cartão de crédito    

Apesar de facilitar na hora da compra, o cartão de crédito também pode ser tornar um vilão, caso não haja uso inteligente e pagamento de 100% da dívida no prazo. “O pior jeito de utilizar o cartão é realizar o pagamento mínimo, pois o custo efetivo total para o rotativo está em média 375% de juros ao ano - é um supervilão”, alertou o professor.    

 13º    

O décimo terceiro salário pode ser uma alternativa para o pagamento dessas contas. Uma sugestão, ensina o gestor financeiro, é investir o 13º salário em uma conta de investimento automático, com liquidez imediata para 100% do CDI (Certificado de Depósito Interbancário) e, quando for realizar os pagamentos, pagar à vista, com um bom desconto.  

Foto: Marcos Santos/USP Imagens