A proposta está em tramitação no Senado e pretende incluir conteúdos e disciplinas sobre  o tema nos ensinos fundamental e médio, como forma de prevenir o endividamento e melhorar a administração das finanças pessoais

Um projeto de lei que está em tramitação na Comissão de Educação e Cultura do Senado Federal pode inserir, em definitivo, a educação financeira nas escolas brasileiras. A proposta, que altera a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB), inclui conteúdos e disciplinas sobre educação e administração financeira nos currículos da Educação Básica (ensinos fundamental e médio). A previsão é de que o projeto seja votado na comissão ainda no início deste ano e encaminhado ao Plenário da Casa ou à Câmara dos Deputados, em conjunto com outras propostas que alteram a LDB para incluir novos conteúdos no currículo da educação básica. 

A medida é inspirada em algumas iniciativas semelhantes, já implementadas em estados, municípios e até no próprio governo federal, que instituiu em 2010 uma Estratégia Nacional de Educação Financeira (Enef), que prevê parcerias entre ministérios e entidades do setor financeiro privado. O objetivo é capacitar as pessoas, desde a idade escolar, para melhorar a administração dos próprios recursos, prevenindo contra o endividamento e as chamadas “armadilhas financeiras”. 

Para o economista e professor Josenito Oliveira, do curso de Administração da Universidade Tiradentes (Unit), a inclusão do tema na educação básica é uma medida de extrema importância para o futuro financeiro dos jovens brasileiros. “Ela prepara para a vida adulta, permitindo que os jovens compreendam como gerenciar suas finanças pessoais, fazer orçamentos, economizar, investir e tomar decisões financeiras informadas. Além da prevenção do endividamento excessivo, os alunos são mais propensos a evitar armadilhas financeiras e o uso inadequado de crédito, contribuindo para uma vida financeira mais saudável”, destaca.

De acordo com ele, a abordagem da disciplina pode ser implementada através de uma parte teórica, na qual os alunos aprenderiam os conceitos fundamentais do tema, e outra parte prática, que demonstra na prática, entre outras ações, a elaboração de um orçamento pessoal, além da criação de um “banco” no qual cada aluno teria um “cofrinho” para estimular a cultura da poupança.

Para Josenito, a educação financeira nas escolas é capaz de, ao longo prazo, de criar uma nova cultura na população e mudar o próprio cenário econômico do país. “Mudaria a postura de como as pessoas cuidam das suas finanças, tendo mais responsabilidade, compreendendo de onde vem e para onde vai o seu dinheiro, praticando um consumo consciente e menos compulsivo, assim teríamos adultos menos endividados. Uma população mais educada financeiramente contribui para a estabilidade econômica de um país, reduzindo a probabilidade de crises financeiras decorrentes de más práticas financeiras generalizadas”, sugere o economista. 

Asscom Unit com informações da Rádio Senado