A estudante de Arquitetura e Urbanismo, Ana Clara da Silva Cardoso, encontrou na Iniciação Científica a oportunidade para estudar a usabilidade de materiais sustentáveis 

A estudante do curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Tiradentes (Unit), Ana Clara da Silva Cardoso participou do Programa Voluntário de Iniciação Científica da Unit (Provic/Unit). Ela teve a oportunidade de pesquisar sobre a Tecnologia Social, por meio de um estudo sobre a Taipa Modular e Blocos de Terra Comprimida como Tecnologias Sociais em Sergipe.

As tecnologias sociais são um conjunto de ferramentas tecnológicas que são desenvolvidas e utilizadas com o objetivo de solucionar problemas socioeconômicos de comunidades pobres e carentes ao redor do mundo. É uma tecnologia voltada para o desenvolvimento da população onde ela é inserida.

“Acredito que esse tema é interessante porque há um grande estigma sobre construção com terra e sua qualidade, mas pudemos perceber que há muito estudo e normas técnicas sobre os diversos tipos de construção com terra e que há diversas vantagens em se construir utilizando esse material. Além disso, foi interessante trazer o técnico à realidade relacionando a construção civil com seu impacto social”, afirma. 

Ela conta que seu interesse pela pesquisa começou com o incentivo do professor Leonardo Maia. “O professor Leonardo é o autor do projeto de pesquisa, desenvolveu através de sua participação no projeto ‘Cultura em foco’ patrocinado pelo Instituto de Pesquisas em Tecnologia e Inovação (IPTI), um projeto de pesquisa sobre as técnicas construtivas e seu papel como tecnologia social nas oficinas ministradas por ele no município de Santa Luzia do Itanhy, e assim criou o projeto de Iniciação Científica e divulgou para seus estudantes, na época eu era aluna dele e assim soube do projeto e participei”, explica. 

A estudante destaca que o estudo fez uma análise sobre como a Tecnologia Social representa uma forma diferente de se construir. “Entendendo as condições do local, utilizando material e mão de obra locais e envolvendo as pessoas que vão utilizar a edificação desde a concepção do projeto até a execução. É uma maneira de se construir que não tem o lucro e a produtividade como principal objetivo, mas sim a qualidade do projeto e da edificação final, bem como o respeito à cultura e necessidade do usuário”, frisa.

Ela ressalta que os dados coletados na pesquisa têm um grande impacto na sociedade. “Transmitindo esse conhecimento, foi possível dar autonomia construtiva à população local e gerar renda. Especialmente no município de Santa Luzia do Itanhy, que sendo uma área remanescente de quilombos, tem uma população historicamente excluída e vítima de opressões que até hoje têm impactos socioeconômicos. Mesmo com essa realidade, foram positivamente impactadas com o projeto”, diz.


Para Ana Carolina, ter participado do projeto foi uma grande oportunidade de aprendizado e experiência na Universidade, além de abrir portas futuramente para outros projetos e oportunidades. “Foi muito importante como forma de me inserir no meio acadêmico através da pesquisa, mas também me mostrou como é importante não deixar o conhecimento parado na academia, é preciso levá-lo à sociedade. A Unit me possibilitou esse aprendizado fora da sala de aula com o programa de Iniciação Científica. Para o futuro pretendo atuar na minha área, mas também quero fazer uma pós graduação e/ou um mestrado para continuar estudando para que as minhas pesquisas mudem vidas”, conclui.

Fonte: Asscom Unit