A valorização de produtos locais pode ser uma das estratégias para o enfrentamento no ramo gastronômico
A pandemia do novo coronavírus e seus desafios. Para que diversos negócios pudessem permanecer com seus serviços em meio a um novo cenário, muitos setores precisaram se reinventar. Os hábitos dos consumidores também mudaram e acompanharam o momento atual. Assim, a necessidade de criar diferenciais para se destacar no ramo tornou-se fundamental.
Entre os mercados que tiveram grandes mudanças, está o gastronômico. Com a quarentena, restaurantes que trabalhavam com a parte de salão precisaram se adaptar, assim como estabelecimentos que atuavam com serviços de buffet tiveram que passar por transformações.
“Apesar de ter sido bem afetado por conta da crise, temos posicionamentos que o setor está em crescimento. Não é algo simples, da noite para o dia, porque é preciso a reinvenção dos negócios. O tempo de adaptação foi curto, mas os estabelecimentos precisaram de novas ações para se manter no mercado”, declara a coordenadora do curso de Gastronomia da Universidade Tiradentes, professora Isabelle Brito.
“Uma das primeiras soluções apresentadas foi a do delivery, mas é preciso se atentar a outros valores embutidos como, por exemplo, taxas de aplicativo, uso mais frequente de cartão de crédito e a própria logística de funcionários”, acrescenta.
“Além da forma de como esse prato chegará ao consumidor, também é preciso pensar mais além, ou seja, quando trabalhávamos com o delivery, pensávamos no público individual. Agora, as famílias estão em casa, e o restaurante precisa pensar em embalagens e porções que atendam duas ou até quatro pessoas, por exemplo. Outro desafio é voltado à alta gastronomia, principalmente à questão do empratamento. Agora, eles precisam se atentar com a apresentação do prato e o deslocamento para os clientes”, salienta a coordenadora.
As novas tendências surgem como oportunidades para o setor. “Os restaurantes apostam em embalagens a vácuo ou em um guia de como os próprios clientes podem montar seus pratos para que eles fiquem apetitosos e, com isso, trazer algo diferenciado”, comenta Isabelle.
A utilização de produtos locais e regionais também tem sido um diferencial. “O acesso a esses insumos é mais fácil, além de apresentar uma valorização da cultura local e, além disso, há o estímulo da cadeia do setor de alimentos e bebidas. Logo, consumiremos do produtor local e, com isso, teremos a reorganização econômica dentro desse setor”, enfatiza a coordenadora.
Semana de Gastronomia
Com o objetivo de abordar a gastronomia no mundo da quarentena: impactos econômicos, novas estratégias e valorização dos produtos locais, o curso de Gastronomia da Universidade Tiradentes apresenta a 12ª Semana Gastronômica da instituição de ensino. “A temática é atual para que o mercado possa continuar à todo vapor, mostrando que existem diversas oportunidades para o mercado. Com os palestrantes, abordaremos alternativas para momento, contribuindo com suas experiências em diversos estados. O encontro também conta com a participação de profissionais de outros países que são egressos da Unit”, destaca a coordenadora Isabelle Brito.
“O intuito é mostrar que temos realidades parecidas nos estados brasileiros e, também, em outros países neste momento delicado e que, juntos, estaremos discutindo, pensando e compartilhando experiências”, complementa.
O encontro, que conta com a parceria do Senac/SE, acontece de forma virtual até o dia 29 de maio. Entre as temáticas, estão “Vencendo as fragilidades dos negócios gastronômicos”, “Intercâmbio cultural brasileiro”, “O cenário mudou: o delivery também precisa mudar e “Regionalidade e enologia: vinho sergipano”.
As inscrições estão abertas até amanhã, dia 28, na plataforma do Magister da Unit – wwws.unit.br/Portal/OutrosServicos.jsp