Uma reunião entre representantes das áreas da segurança pública e das escolas públicas estaduais, municipais e particulares foi realizada nesta terça-feira, 11, com o objetivo de traçar estratégias de continuidade na proteção da comunidade escolar, diante do contexto de notícias falsas e possíveis atos de violência nas escolas do país.

Nesse sentido, foi criado um Grupo de Trabalho que, na oportunidade, explicou como as ações adotadas em Sergipe terão continuidade, a exemplo do monitoramento das supostas ameaças, da criação de um número de atendimento tridígito mais ágil para esses tipos de emergências, além de um protocolo único de segurança alinhado entre as secretarias estaduais, municipais e instituições de educação.

Ainda esta semana haverá uma formação em como proceder nos possíveis momentos de emergência, e será posta em prática pela Educação uma formação continuada, a fim de que a comunidade escolar saiba a quem recorrer dentro dos Sistemas de Garantias de Direito e de Segurança em casos de violência.

A reunião foi coordenada pelo secretário de Estado da Educação e vice-governador de Sergipe, Zezinho Sobral. Ele informou que todas as medidas estão sendo tomadas preventivamente, já que todas as ameaças registradas em Sergipe não eram casos reais. “As ameaças identificadas eram brincadeiras de mau gosto, porém o monitoramento é 100% e está integrado para dar tranquilidade e segurança às pessoas”, reiterou.

O secretário Zezinho Sobral ressaltou que as escolas têm 100% de monitoramento eletrônico, e será criado um código de contato entre escolas e segurança pública. “Criou-se aqui um tridígito específico para qualquer ocorrência e estará disponível somente para as direções das escolas. O que está sendo feito aqui é preventivo”, informou.

Ainda conforme o secretário de Estado da Educação, capacitações também serão feitas com o objetivo de fornecer mais segurança à comunidade. “Participaremos de ações em conjunto. Por exemplo, haverá treinamento e qualificação para profissionais que trabalham nas escolas a fim de saberem como proceder. Há também reuniões para dar nivelamento, conhecimento e segurança sobre como proceder”, acrescentou.

Contra notícias falsas
O diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), responsável pelo Grupo de Trabalho criado para monitorar anúncios de ataques, delegado André Baronto, explicou que a unidade foi definida para a coordenação dos trabalhados da SSP por sediar a Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC).

“Essas incitações e ameaças acabam iniciando-se por meio de redes sociais, e por isso a DRCC e a Dipol vêm trabalhando intensamente para identificar. Os casos identificados encaminhamos para a delegacia para entender a motivação e para verificar o grau de relevância”, informou o delegado.

Ele foi enfático ao pedir que a população e a imprensa fiquem atentas quanto à possível propagação de notícias falsas e reforçou que é primordial que as mensagens contendo ameaças não sejam replicadas. “Pois é isso que traz o pânico, e é isso o que a pessoa que está por trás dessas mensagens realmente quer. Qualquer informação concreta deve ser denunciada à polícia e à escola. As denúncias que já foram checadas não passavam de brincadeiras”, complementou André Baronto.

O comandante do Policiamento Militar da Capital, coronel George Melo, avaliou a reunião como positiva. “É uma reunião que traçou linhas de ações e comportamentos diante dessas denúncias que vêm surgindo. A parte da Polícia Militar é preventiva com o policiamento periférico nas áreas dessas escolas. As ações já existem e estão em andamento”, citou.

Redes de educação
A presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime), professora Josevanda Franco, destacou que as instituições municipais já estão atentas e atuando na situação. “Estamos orientando os 75 municípios sergipanos a adotarem uma postura de calma, de tranquilidade. Evidentemente, a preocupação existe, mas precisamos transferir de forma que todos possam compreender que existem profissionais especializados atuando e que vamos atravessar este momento”, comentou. 

Para os integrantes da Educação, é unânime que não deve haver distinção entre as redes. O secretário de Educação de Aracaju, Ricardo Abreu, disse que a reunião inaugura um novo tempo no âmbito da segurança nas escolas. “O importante é que estamos agindo em todas as frentes: na prevenção, mas também na frente da capacitação de profissionais da Educação que precisam, em algum momento de emergência, atuar dentro da escola”, disse.

Presenças
Pela SSP, participaram da reunião, o secretário-executivo, coronel José Pereira de Andrade; o diretor do Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), delegado André Baronto; a diretora da Divisão de Inteligência (Dipol), delegada Mayra Moinhos; o coordenador dos departamentos da Polícia Civil, delegado Inephanio Cardoso; o delegado da Delegacia Especial de Proteção à Criança e  Adolescente (DEPCA), Valter Simas; o coordenador operacional das delegacias do interior, delegado Fábio Pereira, que representou o delegado-geral, Thiago Leandro.

Ainda pela Secretaria de Estado da Segurança Pública também participaram da reunião o comandante do Policiamento Militar da Capital, coronel George Melo, e o comandante do Policiamento Militar do Interior, coronel Sidney Barbosa.

Pela Seduc, participaram o secretário-executivo da Seduc, Marcel Resende; o superintendente da Educação, Edson Costa; a diretora do Departamento de Apoio ao Sistema Educacional, Eliana Passos; a coordenadora da Serviço de Projetos Escolares em Direitos Humanos, Adriane Damasceno; o diretor de Educação, Genaldo Freitas; o diretor do Departamento Financeiro, Evandro Barreto; e a diretora de Educação de Aracaju, Gilvânia Guimarães.

Também participaram o secretário municipal de Educação de Aracaju, Ricardo Abreu; a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação, professora Josevanda Franco; o presidente do Conselho Estadual de Educação, Renir Damasceno, e da Federação dos Estabelecimentos de Ensino de Sergipe, Rodrigo Mendonça de Santana.