Nesta semana, reuniões do Projeto Campo Futuro foram realizadas para o levantamento dos custos de produção de leite em Sergipe, a prévia do custo de produção de propriedades de médio porte do alto sertão é de R$ 1,70, por litro de leite, para ser vendido em média, por R$ 2,40.
Mas, os consumidores finais têm sentido no bolso o preço do leite vendido nos supermercados desde o início do mês de julho, quando foi divulgada a pesquisa do Programa Municipal de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon Aracaju), em que o leite líquido integral (1l) consta com preços entre R$ 5,45 e R$ 9,79.
De acordo com o produtor assistido pela Assistência Técnica e Gerencial do Senar Sergipe, Hélio Inácio, que produz uma média de 210 litros de leite por dia, no povoado Lagoa do Rancho, em Porto da Folha, com o aumento dos custos de produção, o preço do leite tende a aumentar, mas o valor pago aos produtores ainda não chegou ao preço justo. O filho do produtor, Elison Cardoso, conta que em conversas com produtores do Rio Grande do Sul, eles chegam a receber R$ 4,00 no litro do leite, por isso aqui em Sergipe, nós estamos aos poucos chegando a um valor mais justo para o produtor. “Os custos de produção ainda são muito altos, a mão de obra dobrou nos últimos dois anos e a tendência é que chegue aos R$3,00.NO primeiro semestre, o produtor, que não parou de produzir e agora começa a ter lucratividade.”, explica.
Segundo a Federação de Agricultura e Pecuária de Sergipe (FAESE), a alta no preço do leite no supermercado, tem relação com um desequilíbrio entre a oferta e demanda, a pandemia, a alta do dólar, a crise de fertilizantes, Guerra na Ucrânia, entre outros fatores que levaram ao aumento do custo de produção, diminuindo a margem de lucro do produtor rural, por isso, está longe de ser responsabilidade do produtor. “O produtor determina o padrão de qualidade de seus produtos, mas não define o preço final ao consumidor, já que sobre esse preço implicam questões imprevisíveis como clima, custos e mercado”, reforça o presidente da Faese, Ivan Sobral.
Crescimento em Sergipe
A tendência é de valorização do leite em Sergipe, a última pesquisa divulgada pela Embrapa Gado de Leite, com dados do IBGE, indicou Sergipe como o segundo estado que mais cresceu da produção leiteira, no primeiro trimestre de 2022, uma realidade contraditória com a maior parte do país que registrou em queda na produção, além de desistências na atividade.
A crescente valorização do leite em Sergipe, chega com a boa notícia da aquisição da Sabe Alimentos no município de Muribeca, pelo laticínio Damare, o que vai garantir maior competitividade e mais uma opção para o produtor escoar a produção de leite do Estado.
Segundo o laticínio, a previsão é que a fábrica comece a operar no primeiro trimestre de 2023. “O investimento na indústria de laticínios no Nordeste, fortalece ainda mais o crescimento da bacia leiteira Sergipana”, reforça o presidente do Sistema Faese/Senar, Ivan Sobral.
Foto: CNA