Seja no Arraiá do Povo, na Vila do Forró na Orla da Atalaia, nos festejos da rua São João, ou nas diversas festas promovidas pelo Governo do Estado em vários municípios sergipanos durante os meses de junho e julho, a sanfona está sempre presente. Desde o típico pé de serra, passando pelo forró eletrônico, até os ritmos mais atuais, ela perpassa gerações e fortalece um gênero musical que muitas vezes é cultivado desde o berço.
É o caso de Dedé Brasil, um dos sanfoneiros mais conhecidos de Sergipe. Aos 53 anos, ele está presente nos palcos desde os cinco, quando seguia o pai, que era baterista. Ele não esconde a felicidade por ajudar a construir o forró no estado, seja com as bandas Forró Maior e Forró Brasil, ou ao lado de Jeanny Lins. "No meu primeiro ano aqui em Aracaju, já estive na rua São João. Tive a oportunidade de participar do primeiro Forró Caju, e estava também no início do São João de Areia Branca. Eu me considero um um forrozeiro muito privilegiado por fazer parte da história do forró de Sergipe", afirma.
A tradição se perpetua ao longo dos anos, e as velhas e novas gerações se misturam. Lucas Campelo nasceu enquanto nomes como Dedé Brasil já estavam nos palcos. Para o sanfoneiro, essa união de diferentes eras fortalece a tradição local. "Temos histórias de todos os tipos, eu mesmo comecei a tocar com mais de 20 anos de idade. A gente tem que compreender que faz todo mundo parte de uma coisa só, estando unidos para criar essa rede e se fortalecer", diz ele.
Nesse sentido, a música caminha lado a lado com os elementos típicos juninos, mas que de alguma forma fazem parte do imaginário nordestino durante todo o ano. Para Lucas Campelo, junho é o mês em que isso deve ser reforçado. "O mês do São João representa mais a concentração. Porque no fundo a gente come cuscuz o ano todo, escuta forró o ano todo, somos nordestinos o ano todo. Em junho tudo se concentra mais, porque é onde se celebra a cultura. Por isso, há um papel tão forte da gestão com esses símbolos", afirma.
Por isso o trabalho do Governo do Estado, com as atrações juninas como o Arraiá do Povo e a Vila do Forró, ganham ainda mais importância. Dedé Brasil, que estará ao lado de Jeanny Lins no Arraiá do Povo no dia 22 de junho, lembra a importância econômica e social dos festejos juninos. Segundo o artista, são cerca de 30 a 40 mil pessoas que vivem diretamente da cultura e trabalham neste mês de junho, e o trabalho do Governo do Estado em prol da cultura, fortalece aquilo que Sergipe faz, na música ou com outros elementos, para as futuras gerações.
"É preciso conhecer a nossa cultura, e o Governo está fazendo isso com muita sabedoria, dando espaço aos que têm história no nosso espaço. Que bom que a gestão do Estado trabalha muito em prol da cultura e defende essa bandeira. A rua São João tem forró o ano inteiro, e isso é muito bom. Você mantém o ano inteiro, para que as pessoas saibam que essa é a nossa cultura raiz, e de onde nós viemos", completa o sanfoneiro.
País do Forró
Durante 60 dias, o clima junino tomará conta do estado, fortalecendo o turismo, a cultura popular e aquecendo a economia em vários setores envolvidos na realização dos eventos. A programação do Arraiá do Povo e Vila do Forró é uma realização do Governo de Sergipe, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), Secretaria Especial da Comunicação (Secom), Secretaria de Estado do Turismo (Setur) e Banese, com apoio da Energisa, Netiz e Shopping Jardins, e patrocínio da Eneva, Pisolar, Deso, Maratá, GBarbosa e Serviço Social do Comércio (Sesc).