O professor Danillo Reis se formou em Educação Física pela Unit e tem no currículo um período de intercâmbio na Espanha; atuação como treinador em projetos sociais chamou a atenção de um dos principais clubes da modalidade no país
O Brasil vem se destacando como um dos países mais fortes e competitivos do mundo na ginástica artística, modalidade que nos deu duas medalhas nos últimos Jogos Olímpicos de Paris, sendo uma de bronze por equipes e o ouro para Rebeca Andrade. Muito deste processo de fortalecimento do esporte se dá em razão do trabalho desenvolvido na formação e no preparo de novos atletas, em clubes e projetos sociais que envolvem as categorias de base. Entre os treinadores que estão se destacando neste processo, está um sergipano: Danillo Reis dos Santos, que se formou em Educação Física pela Universidade Tiradentes (Unit) e treina atualmente as categorias de base da ginástica artística no Grêmio Náutico União, em Porto Alegre (RS).
Danillo está há quatro anos no clube gaúcho, que é um dos principais competidores da modalidade e já formou ginastas de renome mundial, como Daiane dos Santos (primeira brasileira campeã mundial, em 2003, e cinco medalhas em Jogos Panamericanos) e Mosiah Rodrigues (também com cinco medalhas em Panamericanos). Ele conta que o primeiro contato foi em 2019, através de uma ação de intercâmbio, e se desdobrou em sua contratação, em 2020, para trabalhar na reformulação das categorias de base do clube.
Segundo ele, o que pesou a seu favor foi a experiência que adquiriu ao longo dos cursos de Licenciatura e bacharelado em Educação Física na Unit, entre 2011 e 2017, e em seguida como treinador voluntário em projetos sociais que ministram aulas de ginástica para crianças e adolescentes de Aracaju, entre 2014 e 2019. “Eles queriam reforçar [a base] fazendo com que eu conseguisse devolver o trabalho que eu estava fazendo aí [em Aracaju]. O que chamou a atenção deles é que, no projeto social, eu trabalhava com equipamentos adaptados e o nível dos guris que estavam indo pra competição era no mesmo que os deles, que tinham uma estrutura oficial”, disse Danillo, que também atuou como voluntário em competições nacionais da modalidade e como árbitro oficial da Federação Sergipana e da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG).
A experiência no curso incluiu um intercâmbio de quase um ano em Sevilha, na Espanha, entre 2013 e 2014, quando cursou disciplinas em mobilidade acadêmica, a partir de uma parceria da Unit com a Universidad de Sevilla. Uma delas foi a de Ginástica Artística, que ele já tinha cursado na Unit. “É um esporte que eu sempre tive afinidade e muito interesse em seguir trabalhando. Solicitei essa disciplina para que eu pudesse viver dentro do ambiente das oportunidades da construção da perspectiva de ginástica artística de outro país. Sabia que não ia conseguir equivalência, mas que teria um retorno muito mais produtivo para mim, adquirindo mais conhecimento sobre essa modalidade, e hoje eu trabalho com ela”, afirma.
Entre os aspectos que mais o impressionaram na experiência, está a cobrança em relação ao conteúdo e à avaliação das disciplinas nas universidades espanholas, que seguem uma metodologia diferente das brasileiras. Nela, são avaliados diversos pontos e formas de atuação do profissional, o que exigia do estudante um domínio total do conteúdo de cada disciplina. O período de mobilidade também exigiu a realização de uma disciplina de Espanhol Profissional, no Instituto de Idiomas da própria universidade, na qual o sergipano pôde se aprofundar no idioma local. “No meio acadêmico de produção de artigos científicos de pesquisa, a Universidade de Sevilha é atuante, muito engajada dentro do cenário acadêmico, e produz material voltado para modalidades esportivas”, destacou Danillo, para quem a experiência de estudar no exterior superou muito as expectativas criadas no início do curso. “Esse intercâmbio transformou a minha vida, mudou a minha ótica e minha perspectiva de trabalho”, resume.
Danillo voltará a Aracaju em outubro, acompanhando a equipe do Náutico União em um campeonato nacional juvenil e pré-infantil de ginástica artística. Será uma oportunidade de rever alunos, professores e colegas de seu tempo na Unit, do qual ele guarda boas experiências.
“A diferença que eu acho que mais marca na Unit para mim é o contato profissional em intimidade. E o intercâmbio foi apenas uma das oportunidades que eu recebi. No tempo que estudei, tivemos professores engajados em realmente fazer com que os alunos saíssem dali com orgulho do curso que estava fazendo e com domínio do conteúdo, para que a gente pudesse ser referência dentro do mercado de trabalho. A Unit me ajudou em todos esses processos, não só indo para intercâmbio, mas também preparando o antes e o depois”, relembra.
Autor: Gabriel Damásio
Fonte: Asscom Unit