Pelo menos sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas em ataque com mísseis, nessa segunda-feira (18), na cidade ucraniana de Lviv. A prefeitura confirmou que a cidade foi alvo de quatro “fortes” ataques com mísseis, que atingiram uma infraestrutura militar e uma instalação próxima à estação ferroviária.

Quatro “fortes” ataques com mísseis atingiram Lviv, na manhã desta segunda-feira, grande cidade no oeste da Ucrânia que até agora tinha sido relativamente poupada pelas forças russas.

Segundo o administrador regional da cidade, Maksym Kozystkiy, pelo menos sete pessoas morreram e 11 ficaram feridas em consequência do ataque, das quais três estão em estado crítico. Há ainda um hotel danificado e dezenas de carros destruídos.

"Neste momento, identificamos seis mortos e oito feridos. Há uma criança entre as vítimas", confirmou Kozitsky no Telegram.

Ele disse ainda que três dos mísseis atingiram instalações de infraestrutura militar e um atingiu uma garagem de troca de pneus na estação ferroviária de Lviv.

A companhia ferroviária da Ucrânia anunciou, no Telegram, que "vários mísseis caíram perto das instalações ferroviárias", sem causar vítimas e sem transtornar o tráfego. "Vamos reparar a infraestrutura danificada. A ferrovia continua a funcionar", disse o presidente do conselho de administração da empresa, Alexandre Kamychine, que publicou fotografia de casas em chamas bem próximas a uma linha férrea.

No Twitter, a deputada ucraniana Lesia Vasylenko publicou a mesma foto, escrevendo na legenda que a estação ferroviária e unidades de armazenamento na estação foram atingidas.

"Os russos continuam a atacar barbaramente as cidades ucranianas, declarando cinicamente ao mundo o seu 'direito' de matar ucranianos", escreveu no Twitter Mikhaïlo Podoliak, conselheiro do presidente Volodymyr Zelenskiy.

Situação em Lviv

Localizada perto da fronteira com a Polônia, a centenas de quilômetros do Leste da Ucrânia, a linha da frente dos combates que ocorrem em Donbass, Lviv, tinha sido relativamente poupada dos ataques russos. Por esse motivo, transformou-se em ponto de passagem para os ucranianos em fuga e acolheu vários deslocados de guerra procedentes do Leste do país.

Até o momento, desde o início da invasão em 24 de fevereiro, a região de Lviv só tinha assistido a ataques contra alvos militares estratégicos.

Em 13 de março, vários mísseis de cruzeiro russos atingiram uma base militar a cerca de 40 quilômetros (km) da cidade, ataque que provocou 35 mortos e 134 feridos. Em seguida, no dia 18 de março, outro ataque visou a uma fábrica de reparação de aeronaves no aeroporto, não tendo causado vítimas.

Em 26 de março, as autoridades locais confirmaram ataque russo contra um depósito de combustível na cidade.

"A situação aqui mudou completamente, na última hora. As pessoas pensavam que estavam relativamente seguras", diz o jornalista da BBC, Dan Johnson, que se encontra neste momento em Lviv.

“É uma escalada acentuada para as pessoas que vivem em Lviv. Houve um ataque na periferia da cidade no início do conflito, em antigo depósito de petróleo, e houve vários alertas de ataque aéreo, mas nenhum bem-sucedido, nenhum dano causado, até esta manhã”, afirmou o jornalista, citado pela BBC.

“É um verdadeiro lembrete para as pessoas do risco que elas enfrentam aqui, embora estejamos a centenas de km da linha de frente dos combates no Leste do país, em Donbass, onde se esperava que o conflito se intensificasse”, explica o repórter. “Mas temos visto novos ataques russos em várias cidades ucranianas, incluindo a capital, Kiev, e esta manhã pelo menos Lviv foi atacada”, acrescenta.

Além de Lviv, esta manhã foram registradas múltiplas explosões em Kiev e Dnipropetrovsk. Um repórter da Reuters testemunhou uma série de explosões na capital ucraniana.

Kharkiv

A cidade de Kharkiv também continua a ser alvo de intensos ataques russos.

Várias casas, um jardim de infância e um hospital foram atingidos nesse domingo (17).

De acordo com as autoridades locais, pelo menos cinco pessoas morreram e mais de uma dezena ficaram feridas.

Mariupol

A Ucrânia recusa a rendição em Mariupol e ignora ultimato dado pelos russos . O governo ucraniano garante que os militares e milícias que resistem ainda em fábrica de aço, nos arredores da cidade, vão lutar até ao fim.

O Exército russo assegura que está prestes a tomar a cidade portuária, sitiada desde o início da ofensiva russa.

Fonte: Agência Brasil

Foto: Lubomir Smatana/Czech Rádio radioZurnal/Randout via Reuters