O Plenário do Senado aprovou nesta quarta-feira (19) o relatório do Novo Ensino Médio. O senador Laércio Oliveira (PP/SE) foi favorável à proposta, especialmente por causa da inserção do ensino técnico profissional. “Esse é um assunto que defendo há anos. Não há país que tenha crescido economicamente sem investir em educação profissional. Para que a economia se desenvolva, o cidadão precisa ter habilidades compatíveis com as necessidades do setor produtivo”, disse o parlamentar.

Ele destacou que no Brasil existe um problema: “o atual Ensino Médio tem a pretensão de passar um extenso currículo como meio de preparar o jovem para o Ensino Superior. Porém, na prática, as vagas na universidade ainda são limitadas e o ensino público, muitas vezes, não é capaz de tornar competitivos os candidatos das classes mais vulneráveis, que acabam ficando sem acesso a um curso universitário e sem uma profissão”, observou.

Carga Horária 

A carga horária das disciplinas obrigatórias foi alterada no novo texto. A senadora Professora Dorinha (União-TO), relatora do texto, também propôs que a partir de 2029 os alunos do ensino profissionalizante tenham um aumento na carga horária das disciplinas comuns. A senadora também retomou a obrigatoriedade do ensino da língua espanhola nas escolas públicas — os deputados haviam retirado.

Um grupo de secretários de Educação defendeu o texto que vinha da Câmara destacando que "qualquer modificação substancial" pode atrasar a implementação do novo modelo. "O texto do substitutivo não apenas desconsidera contribuições e sugestões feitas pelos secretários estaduais de Educação, mas também ignora necessidades e realidades locais", diz carta do Consed, conselho que reúne secretários estaduais de educação.

Entre os pontos criticados estão o aumento da carga horária para disciplinas obrigatórias e a oferta de espanhol. "O Consed defende que os estados tenham autonomia para decidir sobre a forma de implementar", diz a carta, que foi divulgada na segunda-feira (17).

Como sofreu alteração no Senado, o texto agora retorna à Câmara dos Deputados.

Por Assessoria