A ex-assessora da deputada Linda Brasil, Brunna Nunes, escreveu uma carta onde conta ter sofrido diversos abusos em seu ambiente de trabalho. Brunna afirma que Linda sabia do caso e que é voltar para prostituição te assusta, mas é melhor do que seguir sendo humilhada construindo a imagem de uma pessoa que defende uma coisa para o público, mas na sala fechada do seu gabinete pratica humilhações em seus assessores.

Ao escrever a carta, ela conta que desde 2021, ao iniciar seu trabalho com a deputada, que vem sofrendo várias “situações difíceis”, violência, trabalho questionado e desvalorizado e que um erro era o suficiente para que uma comunicação violenta ocorresse.

No decorrer de sua narração, Brunna conta diversas situações, que incluem desrespeito, de transparência e de empatia, vindos também de Linda, e que não esperava que vivenciaria isso no seu ambiente de trabalho, ainda mais ao lado de uma pessoa que prega algo totalmente contrário. Ela conta que se sentiu humilhada por diversas vezes e que teve sua capacidade de trabalho questionada e desacreditada.

Versão da deputada

“Como uma parlamentar que preza pela transparência e respeito por esta Casa, venho aqui em público [na Tribuna de Honra da Alese], falar sobre um lamentável caso de exposição baseado em um texto publicado em portais de notícias com sérias acusações de uma ex-assessora que pediu exoneração no dia 31 de maio”. A citação é da deputada estadual, Linda Brasil (PSOL), ao iniciar o respectivo pronunciamento na manhã desta quarta-feira (7), durante Sessão Plenária realizada pela Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese).

Na oportunidade, a parlamentar esclareceu o acontecimento: “diante destes fatos, e, como foi divulgado, ela não adoeceu no trabalho. A mesma tinha um histórico de adoecimento e recebeu todo o apoio para cuidar da sua saúde. Como também, não foi vítima de assédio moral ou qualquer tipo de violência, e nem assediada sexualmente no ambiente de trabalho. Nunca infringir qualquer direito trabalhista ou assediei moralmente meus assessores e assessoras.”

Linda Brasil lamentou o episódio e fez uma avaliação de sua trajetória pautada na militância à causa LGBTQIA+. “Espero que ela invista em sua formação acadêmica e profissional, bem como possa ter outras oportunidades. Lamento que toda essa forma difamatória e constrangedora em que fui envolvida com acusações sem nenhuma materialidade. Além disso, me causa consternação o uso político e midiático que esse caso atingiu, sobretudo, contra esta parlamentar que tanto serve à militância LGBTQIA+, sendo a primeira mulher trans a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal de Aracaju, e, este ano, na Assembleia Legislativa de Sergipe. Sigo à disposição dos meus colegas; acho muito importante essa transparência”, frisou.

Jogos da Primavera 

No Grande Expediente, a parlamentar comemorou a decisão de uma adolescente trans participar dos Jogos da Primavera. “Finalmente, na história de Sergipe, uma adolescente trans conseguiu participar e jogar nos Jogos da Primavera no time feminino, tendo o respeito da sua identidade de gênero. Foi muito emocionante acompanhar não só a alegria, satisfação e o choro dela em finalmente ter conseguido essa posição; desde o ano passado enfrenta para continuar jogando na equipe. Quero parabenizar a diretora Deise Nascimento, da Escola Estadual Jornalista Paulo Costa, localizada no bairro Bugio, que desde o início apoiou essa causa contra a decisão da Secretaria de Estado da Educação e dos organizadores dos jogos que não aceitavam que ela jogasse no time. Acionamos a justiça e, recentemente, saiu a decisão favorável. Espero que essa vitória possa servir de motivação e inspiração para que outras pessoas trans não abandonem o espaço escolar”, salientou Linda Brasil.

Foto: Jadílson Simões | Agência de Notícias Alese

Com informações do Imprensa24h

Confia na íntegra a carta: