PUBLIEDITORIAL

No país do forró, além da programação repleta de shows com grandes nomes da música nacional, sergipanos e turistas também podem conhecer as principais manifestações culturais e grupos folclóricos do estado, sem deixar de lado as tradições nordestinas. Somente nos festejos juninos realizados na capital, são 300 atrações sergipanas, das quais 60 são trios pé de serra e tradicionais, 60 apresentações de quadrilhas juninas, 30 duplas de grupos folclóricos, 30 grupos de artes cênicas, além de filarmônicas, bandas e artistas solo.

Isso porque o Governo do Estado, por meio da Fundação de Cultura e Arte Aperipê (Funcap), garantiu a participação de representantes dessa cultura por meio de uma série de editais de contratação para eventos como o Arraiá do Povo e a Vila do Forró, na Orla de Atalaia, e a Segundona do Turista, na Rua São João.

Um desses artistas é o sanfoneiro Marquinhos Café, 43, que se dedica ao forró há 30 anos, tendo na bagagem musical trabalhos ao lado de grandes nomes do gênero, como o cantor Adelmário Coelho. Natural de Caruaru/PE, ele já viveu em Aracaju durante três anos, e hoje mora em Salvador/BA, mas retornou ao país do forró na última sexta-feira, 14, para se apresentar no Barracão da Sergipe, na Vila do Forró. Segundo o forrozeiro, o ambiente proporcionado pelo Governo do Estado na Orla da Atalaia permite que, além dos shows com atrações nacionais, também haja espaço para as manifestações culturais mais tradicionais do período junino.

“Já morei em Aracaju e conheço bem esse São João maravilhoso, que transborda a cultura, transborda alegria; um arraial lindo, onde você se sente no interior dentro da capital. Eu acho fantástico, porque tem dois tipos de shows, tem espaço para todo mundo. Acho importante ter o espaço mais tradicional, mais ‘raiz’. Esse cheirinho do São João, de fogueira, de bandeirola, exalta muito essa cultura. Eu fico feliz e lisonjeado de estar aqui tocando para esse público que espera o forró autêntico, a poesia, aquela coisa do Nordeste, para sentir o São João”, ponderou.

Foto: Isis Oliveira

Assim como ele, a quadrilheira Adrille Dias, 23, membro da quadrilha junina Unidos em Asa Branca, que foi campeã do Concurso de Quadrilhas Juninas do Gonzagão 2024, acredita que a oportunidade dada aos artistas da cultura popular e grupos folclóricos tem sido um aspecto diferencial dos festejos juninos realizados pela gestão estadual na capital sergipana. Brincante dessa tradição há mais de 12 anos, ela contou que tem sentido um maior investimento do Estado nessa e em outras manifestações culturais desde o ano passado. 

“Acho que os investimentos nas quadrilhas juninas têm crescido bastante. Do ano passado para cá, houve uma mudança radical. E as quadrilhas têm um papel muito importante, então a gente fica confortável em saber que vai estar presente no Arraiá, representando o estado, de uma forma que possamos ser vistos tanto pelo turista quanto pelo aracajuano”, justificou.

Foto: Isis Oliveira 

Valorização 

E os números comprovam esse sentimento. Este ano, o Governo do Estado aumentou os valores das premiações dos concurso Arranca Unha e do Gonzagão: a campeã de cada competição recebeu o prêmio de R$ 20 mil; o segundo lugar, R$ 12 mil; o terceiro, R$ 8 mil; o quarto, R$ 3 mil; e o quinto, o valor de R$ 2 mil. Além dos prêmios, as quadrilhas participantes receberam a ajuda de custo de R$ 5 mil para a participação em cada uma das competições, totalizando R$ 270 mil de investimentos do Governo do Estado nos dois concursos realizados pela gestão.

Quem vê esse trabalho de fora também percebe a valorização das tradições sergipanas durante os festejos juninos, a exemplo da dona de casa Anna Luiza, de 22 anos, que é de Vitória/ES e aproveitou o período junino para visitar o país do forró pela primeira vez. “Estou curtindo Sergipe. O São João também é muito bom, bem atrativo para todo mundo que vem, tem um lado mais familiar e um lado para quem quer curtir, e o povo é bem receptivo”, elogiou. 

Foto: Diego Souza

Para a turista, conhecer as manifestações culturais e folclóricas em seu local de origem tem sido uma experiência diferenciada. “Está sendo muito bom conhecer cada cantinho daqui. É lindo de se ver, porque eu não estou acostumada com esse tipo de São João. A gente está acostumado com aquela quadrilha de escola, e quando a gente chega para ver essa cultura é uma coisa linda de conhecer. Você vai pra todos os cantinhos e vê um pouquinho da cultura do estado. É maravilhoso”, complementou Anna Luiza.

A empresária Sandra Maria, 56, é pernambucana, mas já mora em Aracaju há alguns anos. Ela contou que gostou muito das mudanças feitas pelo Governo do Estado no Arraiá do Povo em relação ao ano passado, especialmente pela melhor distribuição do espaço. “Está imenso, e era o que a gente precisava, ter espaço para o povo, literalmente. A gente está tendo espaço para curtir, a parte de diversão, uma sensação de que a gente está no ‘forrózinho’ de interior, sendo que é na capital, Aracaju, além das várias opções de alimentos, de comidas típicas”, avaliou.

Foto principal: Isis Valverde