A criação de grandes negócios na maioria das vezes surge de uma necessidade pessoal, de um momento de crise, falência, escassez é neste momento de apuros financeiro começa a desenvolver uma alternativa que posteriormente ganha corpo e estrutura.
Vamos analisar superficialmente um pequeno trecho da vida do empresário Geraldo Rufino, fundador da JR Diesel a maior empresa de reciclagem automotiva da América Latina.
O maior problema empreendedorismo brasileiro é o comodismo criado pelo sistema trabalhista brasileiro seja CLT – Consolidação das Leis do Trabalho, baseado na carteira “assim nada”, o salário fixo é um decreto de morte para a criatividade e a criação de riquezas através de ideias de negócios. Se partirmos para o sistema estatutário a coisa piora ainda mais, digamos que é o “dano da segunda morte”, neste sistema o empregado (não sei porque “cargas d’águas” os chamam de servidores) nem se quer corre o risco de demissão diante da improdutividade e/ou eventuais erros, salvo em raros casos, talvez se o “cabra” matar um no trabalho estatutário ele possa ser demitido.
Nunca se cogitou no Brasil um sistema de trabalho que pague pela produtividade e não pelo tempo, sendo assim, as pessoas esperam o ciclo de tempo (geralmente 30 dias) e recebem o salário e assim não há uma preocupação de produzir e gerar crescimento, a preocupação gera em torno apenas de gastar o tempo, enrolar bastante e receber o salário no final do mês.
Mas em caso de desemprego as pessoas começam a maquinar ideias e daí geram grandes ideias que posteriormente geram grandes negócios, ninguém fica em casa preocupado em criar alguma coisa de ele tem garantido um salário no final do mês, isso ocorre diante do aperto, quando as contas começam a chegar e o “camarada” não tem como pagar, neste momento ele começa a se fazer várias perguntas: será que vender água no semáforo ou na praia dar lucro? Será que vender balinhas no ônibus gera algum resultado? E diante desses será surgem ideias produtivas.
Existe um ditado popular entre os trabalhadores informais que diz “emprego não tem, mas trabalho tem”, a questão é se a pessoa tem disposição para “arregaçar as mangas” e fazer acontecer ou se ela vai decidir apenas reclamar do governo, reclamar da sua condição social, reclamar da sua má sorte e pasmem reclamam até da sua cor de pele e lamentam que seu “tatara-tatara-tatara-avô” foi escravo a trezentos anos atrás.
Diante agora das milhares de justificativas agora é a hora de reivindicar programas sócias, cotas, ajudas, vaquinhas e etc. (esclareço que todas essas coisas até certo ponto são importantes e tem o seu lugar, só não pode se tornar um estilo de vida, determinando um padrão social) o que muitos chamam de justiça social eu chamo de mendicância institucionalizada e ao contrário do que muitos pensam (sobretudo os teóricos marxistas) isso não é ajuda é uma promoção da pobreza, a distribuição da riqueza deve acontecer através do trabalho e não da distribuição gratuita de “auxílios e bolsas”, embora temporariamente isso seja necessário.
O que muitas vezes parece uma situação ruim, uma crise na verdade pode estar diante de você uma grande oportunidade. Leia citação a seguir: “A JR Diesel teve origem através de um olhar positivista de uma situação complicada. Dois caminhões de propriedade de nosso fundador Geraldo Rufino se envolveram em acidentes praticamente ao mesmo tempo, inviabilizando seu conserto e retorno à circulação.
O que parecia o fim da linha para o potencial empreendedor que ainda trabalhava para outra empresa acabou se tornando a oportunidade de sua vida. Pareceu-lhe viável desmontar os dois veículos para recuperar parte do investimento e o resultado foi a recuperação integral do valor que parecia perdido. Nascia em 1985, literalmente de um acidente, a empresa que se tornaria referência em eficiência, controle e volume em desmontagem de veículos”. (Trecho retirado do site da JR Diesel).
Perceba que na situação acima citada, houve um grande problema, uma grande crise, mas que foi transformada em uma grande ideia que evoluiu para um grande negócio.
Muitos podem olhar para a vida desse grande empreendedor e dizer que isso é privilégio de uns poucos que tiveram uma boa base educacional, uma vida que o proporcionou tal sucesso, mas não, o Geraldo foi um pobre morador de favela, negro e que venceu não por sorte ou privilégio, mas venceu pelo trabalho, detalhe sem cota, bolsas, auxílios e etc. vale lembrar que o ensino de sua mãe fez diferença, o mesmo relata que a sua mãe sempre reafirmava a sua condição de negro como um privilégio e nunca como uma desvantagem, assim nenhuma discriminação nunca o alcançou, não que nunca aconteceu, mas nunca o atingiu, porque ele estava blindado, estava cheio de positividade e não de ressentimento como é pregado nos dias atuais.
As vezes tudo que precisamos para despertar e crescer é um momento de crise, existe um provérbio popular que diz “há males que vem para o bem”, sendo assim não se renda aos tempos difíceis, a porta está aberta você só precisa enxergar, a questão é o foco, o seu coração está no problema ou na solução? A verdade é que desde que o mundo é mundo existem crises financeiras, catástrofes naturais, escassez de alimentos, morte e etc., mas se nós pararmos toda vez que nos aparecer um problema a nossa vida será um grande fracasso, uma grande decepção, procure forças e coloque a “cachola” para funcionar e siga em frente, o mundo é concorrido, mas sempre tem espaço para mais um, sempre haverá recompensa para uma boa ideia e para o trabalho duro.
A História é cíclica, ou seja, é um eterno começo e recomeço, o mesmo que aconteceu com o Geraldo Rufino pode se repetir com qualquer um de nós, mas as coisas não acontecem como passe de mágica, as coisas acontecem pela criação de ideias e pela disposição de fazê-las acontecer, começar e recomeçar sempre mesmo diante das adversidades, aliás os supostos fracassos não os são de fato fracassos, são experiências, existe uma frase atribuída a Thomas Edison que diz: “Eu não falhei, encontrei 10 mil soluções que não davam certo”, partindo deste princípio é importante fazer tentativas exaustivamente até que se encontre o caminho a seguir, é óbvio que não é fácil e que nem tudo que planejamos dará os resultados esperados, mas a verdade é que nunca saberemos se não houver tentativas, é melhor a sensação de perda pela tentativa do que pela inatividade. O próprio Rufino afirma que faliu seis vezes nem tudo é perfeito, mas garanto que de tudo isso ele tirou lições que mais adiante lhe tiveram alguma utilidade.
Vamos crescer e avançar não pare diante das crises, desenvolva seu potencial, trabalhe bastante e verá que não existe crise para quem tem disposição de andar mais uma milha, Geraldo costuma dizer que “não tem crise que resista há doze horas de produtividade”. Seja criativo e produtivo e grandes negócios serão gerados a parir de você.
Reinaldo Valverde Pereira, o professor Valverde detém os cursos de Licenciatura em História e Bacharel em Teologia, possui ainda formação profissionalizante em Jornalismo Digital e é autodidata em empreendedorismo. É Entusiasta do Conservadorismo e do Liberalismo Econômico. Dispõe de uma vasta experiência em docência com passagens pelo ensino fundamental, médio e educação de jovens e adultos. Atuou como professor da Rede Privada de Salvador e atualmente é professor da Rede Estadual de Sergipe, além de escrever periódicos, sendo colunista de vários portais de notícias de todo o Brasil escrevendo sobre diversos temas.
Instagram: @professor.valverde
Twitter: @profvalverde