Com o objetivo de fortalecer a rede de cuidado e prevenir óbitos evitáveis, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) de Aracaju retomou, nesta semana, as atividades do Comitê Municipal de Prevenção à Mortalidade Materno-Fetal e Infantil. A reativação do comitê representa um avanço na política de saúde pública da capital, ao promover a análise técnica dos casos de morte e propor estratégias que qualifiquem o atendimento à gestante, ao bebê e à criança.

Segundo dados da SMS, Aracaju registrou 46 óbitos infantis em 2023. Desses, 25 foram considerados evitáveis. Já em relação à mortalidade fetal, 27 casos foram notificados no mesmo período. Os dados locais refletem uma realidade nacional que ainda preocupa: o Brasil apresentou, em 2023, taxa de mortalidade infantil de 11,9 por mil nascidos vivos, e uma razão de mortalidade materna de 66 por 100 mil nascidos vivos, segundo o Ministério da Saúde.

Para a secretária municipal da saúde, Débora Leite, a retomada do comitê reafirma o compromisso da gestão com a saúde da mulher e da criança. “É uma iniciativa fundamental para que possamos analisar cada óbito com profundidade, entender suas causas e, principalmente, traçar ações que fortaleçam o cuidado desde o pré-natal até o pós-parto. Nosso foco é salvar vidas com base em dados, planejamento e sensibilidade”, destacou.

A coordenadora do sistema de informação da Vigilância em Saúde, Raulinna Gomes, enfatizou a importância da integração entre os setores da saúde para enfrentar esse desafio. “O comitê não apenas analisa os dados, mas permite compreender os contextos em que ocorrem os óbitos. Isso nos dá base para desenvolver ações mais eficazes e articuladas dentro da rede”, afirmou.

Presidido pela médica Daniele Moisés, o comitê reúne profissionais de diversas áreas para discutir, de forma técnica e ética, os óbitos registrados no município. “Nosso papel é garantir que cada caso seja analisado com respeito e responsabilidade. A prevenção começa com o reconhecimento das falhas e com o compromisso coletivo de fazer diferente”, explicou Daniele.

Com a retomada das atividades, a SMS espera qualificar ainda mais os serviços ofertados, garantindo às gestantes, puérperas e crianças um acompanhamento mais eficaz e humanizado.

Ascom/SMS