Uma doença séria e preocupante, mas que pouca gente ainda comenta sobre ela.  O câncer infantojuvenil é a principal causa de morte por doença entre crianças e adolescentes entre um e 19 anos, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca). Para alertar sobre a importância desse diagnóstico precoce, foi criada a campanha Setembro Dourado.

Ainda segundo o Inca, estima-se que para o triênio 2020/2022, sejam diagnosticados mais de  8.400 novos casos de câncer infantojuvenil no Brasil. Os  tipos de câncer mais frequentes em crianças são as leucemias, os linfomas e os tumores cerebrais e do sistema nervoso central.

"Sabe-se que o câncer é a principal causa de morte nessa faixa etária, por isso a campanha de conscientização sobre o câncer infantojuvenil é tão importante. É  preciso dizer que criança e adolescente também têm câncer e, diferente do adulto, não vão existir fatores de risco. Então, não vai estar ligado a modos de vida ou hábitos pouco saudáveis", conta Erijan Andrade, médica intensivista e paliativista da Unimed Sergipe.

De acordo com Erijan, é dever dos pais e responsáveis pela criança ou adolescente ficarem atentos aos sintomas. Com a observação destes sintomas e a busca de um profissional da saúde em tempo hábil, é possível aumentar muito a chance de cura.

"Cerca de 80% destes cânceres são curados. Quando aparecem sintomas como febre, manchas no corpo, sangramento nasal, caroços, tumores, linfonodos pelo corpo, massas em abdome, dores em partes do corpo de forma persistente e recorrente, deve-se pensar sim em câncer e o quanto antes se fizer esse diagnóstico, maior a chance de cura pra essa criança ou adoelscente e menor o risco de precisar de tratamentos que são mais agressivos. Quando mais precoce o diagnóstico, vamos ter cirurgias menores, menos radioterapia e  menor risco de precisar de uma quimioterapia", explica Erijan.

Para se obter o diagnóstico, geralmente,  é necessário uma biópsia, em que a criança ou o adolescente muitas  vezes é sedado para tirar uma parte do tumor ou ainda através de uma biópsia de medula óssea ou de um exame de sangue.

"Após este diagnóstico, a criança ou o adolescente é encaminhada para um oncologista pediátrico e acompanhado por uma equipe multidisciplinar que vai discutir sobre o tratamento e sobre prognóstico. Por isso a importância de falarmos sobre esse mês. Vamos  tirar esse tabu, criança também pode ter câncer e é um câncer extremamente curável se diagnosticado precocemente", complementa Erijan.