Infecção pelo HPV é principal causa para desenvolvimento dos tumores de colo de útero e vulva, tornando a vacinação fundamental para a prevenção

O câncer ginecológico, que inclui os tumores de endométrio, ovário, colo do útero, vagina e de vulva, é responsável por cerca de 11 mil mortes por ano no Brasil, de acordo com dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA). Anualmente, em média 30 mil mulheres são diagnosticadas com a doença, sendo o câncer de colo do útero o terceiro mais frequente entre as pessoas do sexo feminino, ficando atrás apenas das neoplasias de mama e colorretal.

De acordo com a oncologista Thaiana Santana, da Oncoclínicas em Sergipe, a infecção pelo HPV é o principal fator de risco para os tumores de colo uterino e de vulva, o que torna a vacinação fundamental para a prevenção. “Nos países desenvolvidos, a imunização em massa tem eliminado esta doença. No Brasil, a vacina está disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para meninos e meninas de 9 a 14 anos. Para outras faixas etárias e populações específicas, como pacientes com HIV, também é recomendada”, explica.

Além do HPV, outros fatores de risco associados aos tumores ginecológicos incluem tabagismo, obesidade e sedentarismo. “Já o câncer de ovário possui relação significativa com questões genéticas. Cerca de 8 a 10% das neoplasias ovarianas estão relacionados a mutações nos genes BRCA1 e BRCA2 que, por sua vez,  aumentam consideravelmente as chances de desenvolvimento do tumor, de 1,5% na população geral para até 30% em portadoras desses genes”, aponta a oncologista.

Sobre a relação entre os contraceptivos orais e o câncer ginecológico, a especialista      afirma que pode haver impactos diferentes dependendo do tipo de doença. “No caso do câncer de endométrio, a exposição a hormônios é um fator de risco conhecido. Entretanto, para o tumor de ovário, os contraceptivos orais podem atuar como fator de proteção. Já quando a neoplasia atinge o colo do útero, há indícios de que podem gerar predisposição. É essencial que cada mulher discuta com seu ginecologista a melhor estratégia de contracepção”, orienta.

O diagnóstico precoce, aponta a médica, é fundamental para o aumento das taxas de controle em todos os tipos de câncer, inclusive os ginecológicos. A detecção nos estágios iniciais da doença facilita o tratamento e melhora significativamente a qualidade de vida das pacientes. As opções de intervenções podem incluir radioterapia, cirurgia, quimioterapia e imunoterapia. Cada caso deve ser analisado individualmente para definir o melhor protocolo”, finaliza a oncologista.