O diretor técnico do Hospital de Urgência de Sergipe (HUSE), Dr Wagner Andrade, disse na manhã desta quarta-feira, 13, ao radialista Gilmar Carvalho, da rádio Jornal FM, que a ineficiência dos atendimentos na maioria dos municípios, contribui para a superlotação do HUSE. O hospital amanheceu mais um dia superlotado e com diversas reclamações por parte dos usuários.

“A deficiência dos municípios na atuação da média e baixa complexidade, como por exemplo falha nas escalas de médicos de pediatras e clínicos, faz com que as pessoas não tenham o atendimento necessário na maioria dos municípios e terminam procurando a porta do HUSE para a resolução desses problemas. E o Hospital, como é uma porta aberta 24h, atende a todos, porém o atendimento é por risco. Além da população sergipana, recebe pacientes de estados vizinhos como Bahia, Alagoas e Pernambuco, o que dificulta a prestação de um atendimento satisfatório”, destacou.

A problemática da superlotação no Huse tem se agravado nos últimos dias. Conforme informação da gestão, a área azul, possui 55 leitos para adultos e está, atualmente, com 113 pacientes. A área verde responsável por traumas tem 53 vagas e está com 116 usuários. Já a área vermelha que dispõe de 16 leitos, já está com 15 ocupados.

“Os casos que são considerados azuis e verdes, que deveriam ser atendidos nas unidades básicas, com consulta de pediatria, de clínico, com a realização de exames simples, um hemograma, função renal, parasitológico de fezes, essas pessoas não conseguem uma resposta rápida nos municípios, muitas vezes têm até um atendimento primário pelo médico, pelo pediatra, mas os exames passam de dois a três meses para serem liberados. Eles vêm ao HUSE e tentam resolver isso superlotando a porta de entrada do nosso hospital”, disse Wagner.

Segundo a reportagem, além de reclamarem da superlotação, os usuários queixam-se, também, da demora no atendimento e de serem maltratados por funcionários. “Eu peço que essas pessoas que estão sendo maltratadas, que não estão tendo a devida atenção pelos funcionários, que procurem a ouvidoria e registrem. A única forma de a Direção chegar a punir alguém por um atendimento ruim ou por um atendimento não humanizado é sabendo o que ocorreu e identificando os fatos”, solicitou o diretor do Huse.