Mulheres com câncer se reúnem para compartilhar experiências

Encerrando o mês da mulher, o Encontro de Apoio à Vida foi realizado na clínica Onco Hematos, nesta sexta-feira, 25, em Aracaju, para discutir sobre o papel da mulher com câncer na sociedade. O objetivo do encontro foi que as pacientes pudessem trocar suas experiências durante o tratamento oncológico e discutir como elas se redescobriram como mulher após o câncer.

O encontro contou com música ao vivo, ao som do cantor Petrel e ainda foi exibido um vídeo com o depoimento da paciente Adriana Ly, que falou sobre os seus desafios e conquistas de vida após o diagnóstico da doença. Segundo ela, sua mãe teve câncer de mama há 16 anos e ela assim como toda a família apoiou para a mãe superar a doença. Depois da mãe superar a doença, em 2021, ela também foi diagnosticada com câncer e começou, a partir daí, a ter outro olhar sobre a vida e sobre si mesma.

"Minha mãe se cuidou, superou a doença e eu também ajudei ela no sentido de desmistificar a doença. Até que em 2021 eu fui diagnosticada, mas eu sempre me cuidei, era acompanhada com mastologista, fazia exames de seis em seis meses. Quando eu tive o resultado do diagnóstico, a primeira sensação que eu tive foi de dever cumprido. Porque eu sempre me cuidei, todas as tomografias e ultrassons em dia. E para mim o dever cumprido comigo mesma é uma sensação maravilhosa e isso me fez ter força para seguir o tratamento", contou a paciente.

De acordo com a psicóloga da Onco Hematos, Viviana Aragão, que integra a Rede AMO, Assistência Multidisciplinar em Oncologia, o encontro serviu para que as mulheres pudessem abordar sobre a temática de ser mulher e de se tornar uma nova mulher, principalmente após o câncer. "Discutimos sobre o que a mulher sente após a vivência com o câncer e como a paciente se superou ou se supera a cada dia como mulher na sociedade. Conseguimos ouvir das pacientes sobre como é se tornar mulheres de atitudes, empoderadas e encorajadas. Queremos que hoje essas mulheres reflitam sobre os sentimentos delas, os valores delas, o autocuidado, o autoamor. É comum no percorrer do tratamento, essas mulheres passarem por medo, ansiedade, angústia e passar por todo esse processo as deixam ainda mais fortes. Então esse foi o momento delas dizerem como se sentem e como está esse processo de amor próprio, de cuidado”, explicou.

A paciente Luciene Barros Costa também contou que se sente uma mulher mais forte depois do câncer e como teve que ter força para também encorajar a sua família. “Ainda estou em tratamento, mas cada dia melhor. Me sinto muito forte hoje, é uma força que eu mesma não sabia que tinha. Uma força de ver que eu andava nas primeiras quimioterapias encostada na parede e hoje, depois de todo sofrimento, venho superando a doença. Também me sinto muito forte por ter tido que dar força a minha família, principalmente a meu filho mais velho, que sempre se preocupou com relação à saúde, e eu passei 11 dias para contar a ele que estava com câncer, tive que ser forte para mostrar a ele que nós vamos enfrentar e vencer essa doença”, afirmou a paciente acrescentando que essa é a primeira vez que participa do encontro. “Vim aqui compartilhar minha vida com outras mulheres e foi maravilhoso. Só tenho a agradecer por todo o tratamento que recebo aqui na clínica, de todos os profissionais, desde a recepção até os médicos. Todos são maravilhosos”, finalizou.

Coral “Som de Viver”
Ao final do evento, a equipe multidisciplinar da Onco Hematos fez uma apresentação do Coral “Som de Viver”, cantando uma música em homenagem às mulheres. O gerente de Operações da clínica, Marcos Andrade, que também toca no coral, explicou como foi a escolha do nome do coral dos profissionais da clínica.

“A música traz pra gente uma inspiração em relação a tudo que está em nossa volta. Tenho certeza que cada uma de vocês tem uma música que fala direto com o coração, com nossos sentimentos. A música tem o poder de demonstrar nossos sentimentos de uma outra forma. O Som de Viver quer expressar através da música o que queremos para vocês. O coral surgiu não em prol dos colaboradores, mas para os pacientes da clínica, os amigos, para as mulheres e homens que passam e passaram por aqui. É por causa de vocês que esse coral existe e o mais importante é que esse som, essa música, expresse em vocês o sentido da vida, por isso escolhemos o nome Som de Viver”, explicou Marcos.

Fonte: Ascom/ Onco Hematos