Consumo indiscriminado dessas bebidas pode levar a sérios problemas cardíacos, alerta especialista

Em um mundo acelerado e exigente, muitos indivíduos buscam nos estimulantes energéticos um impulso rápido de energia, e com suas promessas de disposição, esses produtos conquistaram seu espaço no mercado. No entanto, o que aparenta ser uma solução conveniente para combater a fadiga pode se tornar um sério problema de saúde, especialmente para jovens e adolescentes. 

Uma análise da Associação Brasileira das Indústrias de Refrigerantes e de Bebidas Não Alcoólicas (Abir) revela um aumento na produção e no consumo de estimulantes energéticos no Brasil. Ao comparar os dados de 2010 e 2020, a entidade constatou um crescimento na fabricação de 63 milhões de litros por ano para 151 milhões, e um aumento nas compras. O consumo passou de 300 mililitros por habitante ao ano para 710 mililitros em uma década. 

Apesar de as propagandas sugerirem que o consumo desses produtos melhora o desempenho físico e mental, é crucial estar ciente dos riscos associados a essa prática. O médico cardiologista e professor da Universidade Tiradentes (Unit), Carlos Aurélio Aragão, adverte sobre os perigos do consumo excessivo. 

“Os efeitos colaterais do uso exagerado de estimulantes energéticos incluem insônia, taquicardia, ansiedade e até problemas cardíacos. Além disso, há estudos científicos que destacam os impactos negativos do consumo frequente desses produtos na saúde, especialmente em jovens e adolescentes”, explica. 

De acordo com o médico, o consumo desenfreado desses produtos também resulta em um aumento de adrenalina e noradrenalina no sangue, levando a um maior esforço cardíaco. “Esse aumento na carga de trabalho do coração eleva o risco de infarto, acidente vascular cerebral (AVC), arritmias e até insuficiência cardíaca. Há relatos de casos de morte súbita associados ao consumo dessas bebidas energéticas”, complementa. 

É essencial compreender os componentes dessas bebidas e como eles interagem com o corpo. A combinação com álcool, por exemplo, amplifica os riscos mencionados anteriormente. “O efeito dos energéticos resulta da ação das substâncias presentes na bebida, que incluem uma variedade de estimulantes afetando áreas específicas do corpo, como o coração e os pulmões. Além disso, esses componentes podem provocar esses efeitos adversos”, destaca. 

Opções naturais 

Para aqueles que procuram alternativas mais saudáveis, existem opções como chá verde, chá de gengibre, sucos naturais ricos em vitaminas e minerais, alimentos ricos em fibras e proteínas, além da prática regular de exercícios físicos. “A adoção de hábitos de sono saudáveis, a redução do estresse e a manutenção de uma alimentação equilibrada contribuem significativamente para o aumento da vitalidade e disposição no dia a dia. Essas alternativas promovem um bem-estar duradouro, sem os efeitos colaterais prejudiciais associados aos estimulantes energéticos”, orienta o médico. 

É importante salientar que o consumo moderado desses produtos não representa um risco para a maioria das pessoas. No entanto, é fundamental estar ciente dos perigos do consumo excessivo e buscar alternativas mais saudáveis para impulsionar a energia e a disposição.

Asscom Unit