A hidroterapia é mais uma ferramenta utilizada no Centro de Reabilitação José Leonel Ferreira Aquino (CER IV) para auxiliar na recuperação dos pacientes usuários do SUS, com dificuldades de mobilidade. A nova atividade, realizada na piscina adaptada e aquecida, ajuda no equilíbrio, na redução da ansiedade, redução de dores, diminuição do impacto nas articulações, entre outros benefícios.
Uma das pacientes do centro é Rosecaline de Jesus, de 43 anos, que sofreu um acidente de moto em 2015. Além de quebrar a coluna cervical, também ficou com uma lesão na medula. Desde setembro, ela é assistida e destaca o quanto o serviço está sendo importante para a sua evolução motora.
“Faço fisioterapia, pilates, condicionamento físico e, agora, estou fazendo hidroterapia. Achei uma maravilha, fui bem assessorada pelas meninas em todo momento. As atividades ajudam no meu condicionamento físico, na movimentação. Como eu tenho artrose no joelho e no quadril, ele reduz o impacto nas minhas articulações. Com a reabilitação do CER IV, melhorei minha marcha, me sinto mais segura. Acho que a primeira vez que cheguei aqui foi na cadeira de rodas, embora já andasse, tinha medo, e os profissionais fizeram eu perder esse medo de me soltar”, enfatizou com alegria.
Genivaldo Francisco dos Santos, 49, teve um acidente vascular cerebral (AVC). Ele também foi mais um dos usuários a praticar a hidroterapia. “A prática foi muito boa, ficamos 40 minutos fazendo as atividades. Além da hidroterapia que comecei agora, também faço aqui fonoaudiologia, fisioterapia e terapia ocupacional”, disse.
A coordenadora do CER IV, Janaína Cavalcante, comemorou a disponibilidade da nova atividade terapêutica. “É uma felicidade essa piscina como mais um recurso para esse serviço. Existe todo um processo de reabilitação, essa é a primeira turma, são os primeiros pacientes a utilizarem esse recurso como terapia”, disse.
A fisioterapeuta responsável pelos pacientes neuro adultos, Ana Carolina Santos de Jesus, explicou quais são os usuários com perfil para fazer a hidroterapia. “Fazemos uma avaliação antes, pode ser pacientes com sequelas ortopédicas, sequelas neurológicas, como também tem pacientes pós acidente vascular cerebral (AVC), pós traumatismo crânio encefálico (TCE), pacientes com paralisia cerebral, pacientes da ortopedia. Todos são avaliados para depois participar da hidroterapia. A atividade na piscina vem para somar as atividades que já fazemos no solo. Com ajuda da água conseguimos diminuir a descarga de peso, facilitando a marcha, pacientes que têm muita dificuldade de caminhar no solo por conta de déficit de equilíbrio, a água ajuda. Todos esses pacientes andam com andador, com muletas e aqui na piscina eles andam soltos, porque a água vem para facilitar esse movimento”, explicou.
A preceptora da neurologia adulto do curso de Fisioterapia da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Eline Silva da Cunha, reforçou que o novo recurso vem para somar às demais atividades ofertadas no serviço. “Já existe o tratamento mais convencional que é realizado no solo, para os nossos pacientes neurológicos, que são esses primeiros pacientes que estão na hidro. Começamos por esse perfil de pacientes, eles já realizaram tratamento no solo, onde eles já tiveram acesso a sala de pilates. Agora, estamos implementando o recurso de hidroterapia”, finaliza.