De acordo com o último Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado pela Prefeitura de Aracaju, quatro bairros da capital sergipana apresentam classificação de risco de epidemias: Japãozinho, Santo Antônio, São José e Palestina. Nesses locais, a gestão municipal intensifica ações de combate ao mosquito e ressalta que os principais agentes nessa missão são os próprios moradores.
Além dos quatro bairros com alto índice de infestação (acima de 4%), o 18 do Forte encontra-se no limite da faixa de médio risco, com índice de 3,9%. Ao todo, são 18 bairros classificados como baixo risco e 21 em médio risco. Segundo o gerente do Programa Municipal de Combate ao Aedes aegypti, Jefferson Santana, as variações no índice de infestação decorrem de diferentes fatores.
“Essa elevação e diminuição depende muito da sazonalidade do mosquito. Existem áreas da capital que sofrem interferência climática muito mais do que outros bairros, então quando o período de ventos aumenta muito, esses bairros são mais impactados.Também existem áreas da capital em que chove mais do que outras e tem outros locais que ficam em pontos mais altos, onde as pessoas precisam armazenar água. Consequentemente, esses números serão impactados porque se aumenta a quantidade de depósitos armazenando água e a população não deixa esses depósitos tampados, aumenta a probabilidade desse índice aumentar”, explica.
Nos bairros com maior índice de infestação, a Prefeitura direciona as ações de combate ao Aedes aegypti, como os mutirões. De janeiro a junho deste ano, 20 mutirões foram realizados em todas as regiões da cidade. Além disso, os agentes municipais também atuam na realização de bloqueios de transmissão ao cruzar dados de infestação com os números de casos notificados.
Outra linha de frente desenvolvida pelo Programa de Combate ao Aedes aegypti é a coleta de pneus, que constitui-se como um importante trabalho preventivo. “De janeiro até junho, o serviço recolheu 26.369 pneus em Aracaju. Nós temos uma rotina de segunda a sexta feira de passar nessas borracharias que são cadastradas e fazer a remoção desses pneus que já não servem mais para que eles sejam reciclados”, explica Jefferson.
Ainda segundo o gerente, essa ação é fundamental para evitar que esses pneus virem focos do mosquito se descartados irregularmente. “Esse serviço dá um impacto bem positivo. Imagina esse volume tão grande de pneus sendo descartado irregularmente, com essa temporada de chuva que nós vivemos, esses pneus certamente estariam com água e isso com certeza geraria focos do Aedes aegypti”, explica.
População
O último LIRAa aponta, também, que a maioria dos focos do mosquito Aedes aegypti continua dentro das residências. Em primeiro lugar, encontram-se os depósitos de armazenamento de água, lavanderia, caixa d'água e tonéis, com 57,4%. Em seguida, aparecem plantas com água, vasos de flores, ralos, vasos sanitários em desuso, e lajes que, juntos, representaram 25,9%.
Esses números ressaltam a importância da atuação dos próprios moradores nesse processo. O gerente do Programa Municipal de Combate ao Aedes aegypti, Jefferson Santana, destaca que a conscientização da população em evitar o acúmulo de água parada é o meio mais eficaz de eliminar focos do mosquito.
“É o que a gente sempre fala: o controle do Aedes aegypti se dá com mais efetividade quando a população participa junto, porque o mosquito a gente combate dentro de casa. O que o Poder Público faz, na verdade, é ajudar a ação nesse combate, os principais que devem participar no controle efetivo são os moradores”, ressalta.
Fonte: PMA