A mudança na circulação da Avenida Nestor Sampaio, que possui um projeto para transformar a via em mão única, tem gerado muitas discussões e opiniões. Os mais de 200 comerciantes da região temem pelo desemprego e, consequentemente, uma crise econômica que poderá afetar seus comércios, devido à redução na circulação de veículos e pedestres no local.
Um abaixo assinado já foi feito na tentativa de barrar essa transformação. Mas, de acordo com a população, não houve um retorno por parte da Prefeitura de Aracaju. Na manhã da próxima segunda-feira, 12, haverá uma audiência entre a Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) e a Federação dos Conselhos de Segurança do Estado de Sergipe, com o promotor de justiça, Eduardo Matos.
O projeto de transformação das vias para mão única é da Prefeitura de Aracaju. A audiência tem o objetivo de apresentar as necessidades e reivindicações da população local. A reivindicação dos comerciantes ocorre devido a uma promessa do superintendente da SMTT, Renato Telles, que durante uma audiência, no dia 7 de outubro de 2020, se comprometeu a não fazer mudanças na Avenida.
Moradores protestam contra mudanças sem diálogo
“Nesta madrugada, nós fomos surpreendidos com a rua já demarcada e ontem colocaram no portal da SMTT que iriam fazer a mudança. Ou seja, como eles falam que não vão fazer a mudança e chega na hora decidem mudar sem ouvir a população? O que nós queremos é que a Prefeitura de Aracaju ouça a população, venha para comunidade discutir e debater sobre esse problema, ao invés de querer fazer as coisa na ‘tora’, como se fosse só eles que mandassem”, destaca o presidente da Federação dos Conselhos de Segurança do Estado de Sergipe (Feconseg), Ailton Figueroa.
O promotor de Justiça, Eduardo Matos, destaca que não há nenhum acordo com a prefeitura e explica a atual situação. “Não há acordo, se tivesse, eu faria a execução. Nós estamos dando andamento ao procedimento, porém eu pedi ingresso nessa ação, que a Marivan entrou contra o município para não mudar a rua, e eu estou acompanhando como fiscal da lei. Pedi uma audiência pública e uma perícia no local, estou aguardando o juiz despachar sobre esse pedido”, ressalta o promotor.
Eduardo Matos: Não há acordo, se tivesse, eu faria a execução.
De acordo com moradores e comerciantes, outras medidas podem ser tomadas ao invés de transformar a via em mão única, como por exemplo, fazer a sua sinalização, com sinais e placas de trânsito, e ‘quebra-molas’. Além disso, a mudança na via compromete a facilidade de locomoção.
O morador e comerciante, Vagner Vicente faz um apelo pelo diálogo entre o prefeito e a população. “Eu sou contra essa mudança. Sou morador e comerciante e me sinto prejudicado nos dois sentidos. A Prefeitura não dialogou com ninguém, nós queremos falar com o prefeito, mas ele não fala, e estamos aqui prejudicados. A rua Nelson Hungria é uma via que não vai suportar. Não tem condições 'seu prefeito', saia do gabinete e venha escutar a população”, disse Vagner Vicente.