Evento aconteceu nesta quarta-feira (29), com a participação de sindicatos e grêmios estudantis
Sindicalismo e Juventude. Este é o tema do projeto apresentado à sociedade pelo Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE). Nesta quarta-feira (29), um encontro no auditório do MPT-SE reuniu representantes de entidades sindicais e grêmios estudantis. O procurador do Trabalho e coordenador regional da Coordenadoria Nacional de Promoção da Liberdade Sindical e do Diálogo Social (CONALIS) fez a abertura do evento e destacou a importância da participação dos jovens nas atividades sindicais. "Este é um exercício de escuta ativa. Os vários atores sociais envolvidos têm a oportunidade de apresentar a sua visão do problema. O sindicalismo existe e fazer parte desse movimento depende de uma percepção do coletivo” destacou o procurador.
A programação encerra o mês de conscientização sobre o tema. Durante este Maio Lilás, campanha realizada pelo MPT desde 2017, foram realizadas várias ações no país. Em Sergipe, representantes de diversas categorias, a exemplo de bancários, petroleiros, juventude agrícola e psicólogos participaram do encontro, além de estudantes do Colégio de Aplicação, da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e Universidade Tiradentes (Unit).
Integrantes do Centro Acadêmico de Direito da UFS compuseram a mesa e falaram sobre os desafios para aproximar os jovens dos sindicatos. "Eu acredito que falta uma comunicação mais efetiva em relação ao sindicato com centros acadêmicos. É preciso que haja uma aproximação e que eles mostrem para a juventude o que é necessário para que possam, de fato, ingressar no mercado de trabalho para entender a importância de se filiar ao movimento sindical. Esse é o ponto focal", disse o estudante de Direito da UFS e presidente do Centro Acadêmico Silvio Romero, Márcio Xavier.
A coordenadora de imprensa do Centro Acadêmico de Direito da UFS, Nathália Navarro, disse que falta informação dentro do próprio meio acadêmico sobre o assunto. “É importante a gente trazer à tona o movimento sindical dentro da própria universidade, para que os alunos se filiem desde cedo. É fazer com que o jovem entenda a importância do sindicato e compreenda que, quando ele entrar no mercado de trabalho, vai precisar ter uma assistência sindical”, destacou.
A vice-presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Municipais da Barra dos Coqueiros (SindiBarra), Rayane Carvalho, reforçou a necessidade da colaboração de toda a sociedade. “É o momento de plantar a semente da conscientização, para estarmos organizados. É preciso pensar na juventude e suas responsabilidades junto ao movimento sindical”, frisou.
O advogado Marcos d'Ávila Fernandes participou da manhã de debates e disse que um dos meios de aproximar a juventude dos sindicatos é através da linguagem. "O sindicato é um elo da democracia e da defesa do trabalhador, mas é preciso acompanhar a evolução do tempo. O movimento sindical tem que entender que é necessário trazer uma perspectiva de pertencimento a quem ele representa. E quando isso acontece, nós mudarmos a linguagem, vamos permitir uma adesão e uma identificação dessas pessoas”, comentou.
A advogada da Força Sindical, Gabriella Menezes, pontuou que as mudanças vão além da linguagem. “Imaginar que os jovens não estão no movimento sindical pela linguagem é um pensamento simplista. Desde 2017, o movimento sindical está enfraquecido, porque perdemos a maior fonte de custeio das atividades sindicais”, pontuou.
Durante o encontro, representantes das entidades sindicais tiveram a oportunidade de falar sobre o tema e promover reflexões sobre as medidas efetivas que podem ser adotadas. O presidente da Força Sindical e do Sindicato dos Trabalhadores em hotelaria, restaurantes e similares de Aracaju (Sindhotre), Roberto Cardoso Arditti também participou dos debates e parabenizou o MPT-SE pela iniciativa.
O procurador do Trabalho Ricardo Carneiro disse que outros encontros serão realizados. “O projeto vai durar dois anos e, a partir do segundo semestre, envolverá também as escolas. Esse público jovem nasce, justamente, a partir dos bancos escolares. É necessário que eles saibam o que os sindicatos fazem antes de entrarem na idade adulta, para, no futuro, poderem somar forças a essas pessoas que já integram o movimento sindical”, finalizou o procurador.