O mês de junho é um dos mais agitados no calendário festivo da capital sergipana, devido às tradições juninas. Nessa época, a cidade é tomada pelo brilhantismo dos shows de forró, das quadrilhas juninas, o arrasta-pé, além das fogueiras e barracas de comidas típicas. Eventos como o Forró Caju 2024, promovido pela Prefeitura de Aracaju, atraem milhares de turistas à cidade. Tudo isso tem movimentado o comércio e alavancado a economia local, gerando mais emprego e renda para os comerciantes.
 
De acordo com o secretário municipal da Fazenda, Jeferson Passos, eventos de grande porte, como o Forró Caju, desempenham um importante papel na economia local, atraindo turistas para a cidade e proporcionando um rotativo econômico bastante positivo. Segundo o secretário, esse movimento de captação de turistas foi intensificado após a pandemia, quando a administração municipal aumentou os investimentos na promoção da cidade em outros estados, além de realizar eventos esportivos, culturais, acadêmicos, entre outros.
 
“O Forró Caju é o maior evento da Prefeitura. Atrai um público enorme de aracajuanos, mas também um público enorme do interior e de outros estados. Essas pessoas se hospedam aqui, se alimentam, se divertem, fazem passeios em Aracaju, compram a comida e o vestuário típico, então tudo isso gira a roda da economia e faz com isso haja uma geração maior de impostos para a própria cidade. Além de todo o aspecto da divulgação, que torna a cidade conhecida e assim o turista vem também em outras épocas, a partir da experiência com o Forró Caju. Então, fomentar essa atividade é extremamente benéfico para que a gente possa contribuir para o desenvolvimento econômico da cidade”, explica Jeferson.
 
O secretário destaca a importância da descentralização das festas juninas na capital, que a partir de programas como o Forró nos Bairros e o Circular Junino, estão sendo levadas para os diversos pontos da cidade, gerando uma maior movimentação da economia local.
 
“Nem todo mundo tem condição de estar se deslocando. Às vezes até pela própria estrutura familiar, a pessoa precisa estar mais perto dos filhos, ou estar em ambientes mais tranquilos em função da idade. Proporcionar para as pessoas que estão nos bairros essa diversão, o acesso às atrações musicais, aos forrozinhos, ao pé-de-serra, com certeza é uma iniciativa da Prefeitura que atende a esse propósito mais social, mais cultural, mas também fomenta o comércio local, melhora a renda do vendedor de espetinho, do vendedor da bebida, e isso também faz com que, localmente, tenha geração de empregos e renda, e ajuda também ao crescimento econômico dos bairros da cidade”, declara.
 
Mês bom para o comércio
 
Tradicionalmente, o mês de junho é muito movimentado para a economia local. É um período festivo marcado, não apenas pelo clima de celebração das festas juninas, mas também pelo aquecimento significativo das vendas e da economia como um todo. Além da procura natural pelos produtos típicos desse período, há também a atração de turistas por toda a cidade, vindos de todos os lugares, para conhecer a capital e aproveitar os eventos públicos, como o Forró Caju, que neste ano acontecerá entre 23 e 29 de junho.
 
Quem confirma isso é Wellington Santos, de 68 anos, que há anos tem uma barraca instalada no Mercado Municipal Maria Virgínia Leite Franco, onde vende amendoim, castanha, maracujá, e outras comidas típicas dos festejos juninos.
 
“Nessa época de junho tem aumentado bastante a procura pelos nossos produtos, e isso mostra que as nossas tradições juninas continuam vivas. Esse é um período que traz bastante melhoria para o comércio e para a cidade como um todo. É uma oportunidade de nós termos uma renda um pouco maior, porque essa movimentação toda atrai mais pessoas, mais turistas para a nossa cidade. A tendência é aumentar ainda mais as nossas vendas”, disse ele ao afirmar que o produto mais procurado pelos turistas é a castanha.
 
Quem também está animado é José Edinaldo, vendedor de milho em frente ao Mercado Municipal Maria Virgínia Leite. Natural de Alagoas, ele disse que admira muito a capital sergipana, e que gostaria, inclusive, de ser um cidadão aracajuano.
 
“Esse período junino está muito bom para nós, tanto que há uma disputa muito grande entre os vendedores. Mas, a gente recebe bem os nossos clientes e trata todos com muito respeito. Quando começou a movimentação das festas juninas, a gente notou que começou a aumentar bastante a procura por esses alimentos típicos, como o milho, e estamos vendendo bem. Esse é o mês do São João, o nosso mês predileto. E digo que, com certeza, a realização do Forró Caju aqui também vai aumentar ainda mais o fluxo da clientela para a gente”, declarou.
 
O vendedor José Gabriel de Oliveira, de 68 anos, é baiano, mas vem todos os anos para Aracaju no mês de junho, para comercializar sandálias em couro natural, conhecidas em Sergipe como “priquitinhas”.
 
“Fazemos as sandálias lá na Bahia e trazemos para vender aqui em Aracaju. Logo quando começou o mês de junho, já aumentou bastante a quantidade de pessoas procurando pelas sandálias, que são bastante usadas nas festas de São João, em quadrilhas juninas. Esse período de junho é sempre um mês para ganhar um dinheirinho a mais, a gente vende direitinho as nossas mercadorias. Principalmente quando começa o Forró Caju, aqui na região do mercado, a gente tem nossas vendas garantidas. Tanto os aracajuanos, quanto os turistas de outros estados, estão sempre por aqui nessa época”, afirmou.
 
O mês também é bom para o comerciante João Gonzaga Souza, que há dois anos vende produtos típicos, como castanha, melaço, cachaça, entre outros. “O movimento de clientes está melhorando bastante. Para a gente, que vende comidas típicas, esse mês de junho é o melhor de todos. A gente comercializa muito mais, e isso nos ajuda bastante em nossa renda. Os turistas estão começando a chegar e eles procuram bastante pelas nossas castanhas”, disse.