A Polícia Civil realizou na manhã desta sexta-feira, 26, uma coletiva para a imprensa para degtalhar o cumprimento de buscas e apreensão de equipamentos da Secretaria de Estado da Educação (Seduc) realizado na residência da jornalista Gleice Queiroz, ex-assessora de comunicação da pasta.
A investigação conduzida pelo Departamento de Crimes Contra o Patrimônio (Depatri), por meio da Delegacia de Roubos e Furtos (Derof), e os detalhes foram apresentados pelos delegados André Baronto e Thereza Simony.
Para a investigação, o fato relevante é que o aparelho pertencente à Seduc estava sendo utilizado pelo número pessoal da investigada, conforme evidenciou o diretor do Depatri, delegado André Baronto. “Isso é uma prova técnica informada pela própria operadora. Após a decisão judicial, o aparelho foi apreendido na residência e com o número dela, apresentado por ela, além de outros dois objetos que tinham sido informados como subtraídos desde o início da investigação”, explicou.
A busca e apreensão foi apreciada pelo Ministério Público e autorizada pelo Poder Judiciário. O boletim de ocorrência que desencadeou a investigação foi registrado em meados de janeiro de 2023, conforme detalhou a delegada responsável pela investigação, Thereza Simony. “Informando sobre o desaparecimento de alguns equipamentos, como celular, dois notebooks, fone de ouvido e microfones e aparelho celular. A partir daí, foi aberto o inquérito policial. Ouvimos diversas pessoas, fizemos diversas diligências, ofícios a provedores e solicitamos medidas cautelares”, contextualizou.
O fato da ação para cumprimento de mandado de busca e apreensão ter ocorrido no dia 25 de janeiro de 2024, quase um ano após o início da investigação, está relacionado ao recebimento de novas informações pelo Depatri em dezembro de 2023. “Nós tínhamos ouvido várias pessoas dos setores de marketing e jornalismo, como também de informática e de serviços gerais. Não era nada relacionado à jornalista, mas as provas apontaram para ela. A investigação não era direcionada ao exercício da profissão”, reiterou Thereza Simony.
Outro detalhe reforçado pela delegada Thereza Simony é de que nunca houve arquivamento do inquérito e muito menos foi encaminhado como finalizado à Justiça. Sobre a denúncia de que os aparelhos haviam sido deixados na residência da jornalista, a delegada Thereza Simony informou que o fato não procede. “Não tem como proceder, não é uma história verídica. Ninguém vai colocar um chip em um aparelho celular que aparece repentinamente em sua casa. Mesmo que o aparelho fosse plantado em sua residência, você iria utilizar um telefone que apareceu do nada em sua casa? E o computador? E o fone de ouvido? Não há explicação plausível para isso”, reiterou.
E a investigação conduzida com provas técnicas e fundamentadas, assim como embasada em trabalho de inteligência da Polícia Civil, continua em andamento no Depatri. “A partir desse momento, as diligências continuarão sendo realizadas. O que for preciso para a investigação vai ser realizado. Medidas cautelares como a busca e apreensão foram solicitadas, e o Ministério Público e o Poder Judiciário têm conhecimento sobre todo o trânsito do inquérito policial”, complementou André Baronto.
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, a investigada foi apresentando o local onde os equipamentos estavam, de forma tranquila e educada. Toda ação foi filmada, desde a entrada até a saída do imóvel. “A ação ocorreu de forma muito tranquila. A equipe foi totalmente educada, e a jornalista também conosco. Todo o procedimento foi gravado e ocorreu de forma muito tranquila. O que nos espantou foi que muitas pessoas sem qualquer conhecimento do inquérito e da investigação trazendo críticas severas e descontextualizadas da situação”, salientou o delegado.
Os próximos passos da investigação conduzida de forma técnica pelo Depatri também envolvem o comparecimento da jornalista ao Depatri na próxima segunda-feira, 29. “Na presença de advogado. Iremos considerar o que ela irá falar na presença de advogado. Os equipamentos serão encaminhados à perícia. Após os laudos periciais, iremos remeter o inquérito policial à Justiça. Iremos investigar para identificar se houve peculato ou se ocorreu furto”, informou Thereza Simony.
Quanto à apresentação dos detalhes da investigação e do mandado de busca e apreensão nesta sexta-feira, o diretor do Depatri informou que não era o objetivo da Polícia Civil, porém ocorreu diante da necessidade de explicar à imprensa e à população o que de fato aconteceu. “Diante da repercussão inicial, lançamos uma nota sem nomes informando que foi dado cumprimento ao mandado de busca. Diante da descredibilização do trabalho da Polícia Civil, entendemos pela necessidade dos esclarecimentos”, pontuou André Baronto.
Jornalista nega
A jornalista Gleice Queiroz usou as redes sociais para falar sobre o caso, logo após a divulgação da operação realizada em sua residência. Ela disse que acredita no trabalho da polícia, mas afirmou que se os equipamentos apreendidos são mesmo da Seduc, eles foram "plantados".
“Se eu tivesse pego porque estava com raiva ou porque queria prejudicar alguém, eu tinha ido para São Paulo e teria esquecido o notebook no banheiro e teria jogado o celular pela janela, e pronto. O assunto morria. Agora, se foi na minha casa, foi plantado. E eu quero saber quem foi", disse a jornalista.