Nesta segunda-feira, 16, o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), em ação integrada com 9ª Delegacia Metropolitana e com o Instituto Médico Legal (IML), elucidou o duplo homicídio que vitimou uma menina de dez anos e um menino de seis. O crime, que ocorreu do dia 6 de novembro deste ano, foi praticado pela mãe e padrasto das crianças.
De acordo com as informações, no dia 8 de novembro, foram encontrados os corpos das crianças na em uma lagoa no bairro Santa Maria, em Aracaju, levantando de início a suspeita de que as crianças haviam sido vítimas de um afogamento acidental. Nas investigações, a mãe das crianças, Juciara Soares dos Santos, 38, e o atual companheiro de Juciara, o ex-presidiário Luciano de Oliveira, 35, alegavam que as crianças estavam desaparecidas desde o dia 6. Entretanto, a partir do trabalho integrado das equipes policiais, foi constatado que as vítimas foram assassinadas e sofreram traumatismo crâniano. “A mãe alega que só presenciou a execução sendo feita pelo companheiro mas ela disse que não teve participação. Mas de tudo que a gente pode apurar não tem como não ter tido a cumplicidade dela. O padrasto também nega a participação, mas a perícia técnica conseguiu fragmentos de digitais dele na sandália que foi encontrada nas imediações da lagoa, colocando ele na cena do crime”, esclarece o delegado Mário Leony, responsável pelas investigações.
Além disso, ainda de acordo com as informações, após a prisão temporária dos suspeitos, diversos vizinhos e conhecidos se sentiram mais confortáveis para relatar a relação da mãe com as crianças. “Ela era muito violenta com as crianças, a gente tem relatos de verdadeiras torturas que as crianças sofriam principalmente a garotinha, que fugia bastante porque não queria voltar pra casa. Já foi vista lesionada e com a mão queimada. Era uma relação brutal”, esclareceu o delegado. A motivação do crime está relacionada com o estilo de vida do casal, que tinha envolvimento com tráfico de drogas e deixava as crianças diversas vezes sozinhas em casa. “A única criança que foi poupada foi uma criança especial que recebe um benefício do Governo. Inclusive, eles utilizavam esse benefício para comprar drogas e pagar honorários advocatícios”, completa o delegado.
No dia do crime a Polícia teve acesso às imagens das crianças até meio dia e dos suspeitos voltando para casa por volta das 20h. A Polícia também acredita que o crime não ocorreu na residência do casal, mas sim nas imediações da lagoa. “As crianças não eram registradas pelo Instituto de Identificação e o reconhecimento dos corpos foi feito pela arcada dentária. Foi constatado de início que não houve sinais de afogamento. No decorrer do exame foi verificado o traumatismo craniano, onde concluímos que as duas crianças foram vítimas de múltiplos golpes de instrumento de ação contundente e que os golpes resultaram sangramentos e o sangramento foi a causa da morte”, explica Victor Barros, diretor do Instituto Médico Legal (IML).
Os dois suspeitos estão presos preventivamente e responderão por duplo homicídio qualificado e ocultação dos corpos.
SSP